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Cronicas-->Sobre: Varadouro de Políbio Alves- mscx -- 24/11/2002 - 01:39 (m.s.cardoso xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Varadouro: Poesia: Políbio Alves:
Por: Maria do Socorro cardoso xavier
Dez anos de "Varadouro". Bem merecia uma comemoração! Poética fantástica e ao mesmo tempo real. Transpirar das ruas de uma cidade beirando os 500 anos de existência: João Pessoa mito e cidade heróica.
Herói é este poeta, autor de Varadouro, Políbio Alves. Subiu as ladeiras da vida, como intuiu sua obra literária: sangrando nas veias os sentimentos traduzidos com o ludicismo das palavras. Erigiu os tràmites do Varadouro, atmosfera quente, odor de terra molhada pelas primeiras chuvas da estação, anunciando as lutas nativistas de heróis sacrificados. Marco indelével do tempo cuja arquitetura guarda o açúcar escravocrata e a lágrima dos que se dilaceraram sem vitórias tangíveis.
Metaforicamente a linguagem enxuga tantos prantos e tragédias: "Nem toda alquimia/ do real artilharia/ sufoca a rebeldia/ dessa nefasta alegoria".
Este livro é uma metamorfose, uma jóia rara, cuja narrativa ímpar, sutilmente conta estória e história desta cidade: sua epopéia versus alienígena, a "rastejar estigma de mangues, primitiva solidão dos homens". Não é fácil a leitura de Políbio. "Varadouro" - livro itinerário destas vielas desengonçadas, desalinhadas, "armazens de secos e molhados". Várzea rica, do Parahyba, "Sanhauá racha a terra".
Só um poeta com grande sensibilidade, poderia traçar linhas mestras: topográfica, toponímica, histórica e tão humanamente, quanto Políbio Alves o fez em "Varadouro". Políbio contempla nesta obra todos os aspectos desta cidade, navegando desde a bacia hidrográfica, fonte de vida primeira da urbe, passeia as raparigas da rua Maciel Pinheiro e segue a procissão na festa de Nossa Senhora da Guia. É um sincretismo só, sob uma cosmovisão antropocêntrica.
É um livro real porque move-se no cotidiano físico e humano da cidade, é transcendental, ultrapassa os limites da imaginação fantástica, etereamente coloca sua força, sua fé e obtém o prêmio desta grande criação poética. Com estilo próprio, inconfundível e muita originalidade.
Assim é Varadouro, o cartão postal não piégas, nem propaganda enganosa, é a própria vida cheia de encantos e desencontros, vitórias e derrotas. É a própria atmosfera viva do passado cruzando com o presente. Do antigo saudando o novo para ficar e ensinar novos caminhos, ruas e endereços com os nomes dos nossos heróis, intelectuais, poetas e homens do povo.
Tudo se complexifica com o aumento populacional da modernidade, se adaptando a miríades de anúncios da cidade capitalista de 3o. mundo, seguindo as pegadas da globalização do mundo ocidental. "Varadouro" é a história do seu povo, poetizada, social e semioticamente bem concebida - "turva água/ turva mágoa/ exército de pescadores/ arrumando insanas dores/ debaixo dos lençóis de lama"..
"Varadouro" é desnudado teoricamente falando, no final desta obra, por dopis literatos de peso na crítica paraibana: Doutora Elizabeth Marinheiro com "Dois estudos em torno de Políbio Alves: Porto e Ponte; e o professor Jomard Muniz de Britto, que enxerga em Políbio Alves: "Uma espiral de tensões". Ambos parecem unànimes que: Políbio Alves em Varadouro é marcro literatura na contemporaneidade pós-moderna e por aí dissecam a obra deste autor singular.
À obra de Políbio Alves devem ser feitas releituras por óticas diversificadas, que acredito, sempre serão encontradas surpresas nas entrelinhas e interstícios de suas construções metalinguísticas.
Enfim, as artérias continuam sangrando nas terras rachadas de tabajaras e potiguares, telùricamente saudades" André Vidal de Negreiros, Branca Dias e Pedro Américo! "Sanhauá um rei d´ouro/ rei de mouro/ rei morto/ no enigma dos teus portos"!
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