Usina de Letras
Usina de Letras
166 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62265 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10450)

Cronicas (22539)

Discursos (3239)

Ensaios - (10379)

Erótico (13571)

Frases (50654)

Humor (20039)

Infantil (5450)

Infanto Juvenil (4776)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140816)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6203)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->ANJO E FERA -- 28/06/2003 - 13:42 (J. B. Xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ANJO E FERA

J.B.Xavier





Há algo em mim,

Que jaz no mais profundo do meu ser.

E desse algo

Nada deves saber...

Há maremotos que se assanham em meu interior,

E que vez por outra vencem o amor.

Mas, que fazer, se há tantos caminhos a trilhar?

Se o sol, a iluminar muitos deles,

Cega-me por vezes, ao invés de me guiar?

Há algo de bondoso em mim,

Que caminha lado a lado

Com meu algo tenebroso...

Há amores

Que eclodem de uma incandescência apaziguada,

Mas há incêndios incontroláveis

Que nascem de brasas vivas que não se apagam,

Sob as calmas cinzas de muitas mágoas...

Assim caminho,

Seguindo as sombras de sonhos mal delineados,

Que deixam para trás

Resquícios de projetos inacabados,

De belas e floridas intenções...

Sobre os ombros,

O peso de um passado que não cala,

O acalanto que embala velhas imagens...

Não importa por quantas paisagens

Eu tenha ainda que viajar,

Nem se forças terei para continuar.

Pouco importa o sorriso que não veio,

O que importa são as carícias que não fiz!

Pouco importa as tantas coisas que falei,

O que importa é o tempo que não doei!

Parte de mim tem garras afiadas,

Que me prendem ao chão,

E outra parte tem asas que alçam-me ao infinito

Onde posso ouvir meu próprio coração...

Há algo em mim que deseja nascer,

Mas para isso,

Há outro algo que precisa morrer,

Para que se cumpra a lei da decadência,

Onde tudo nasce, cresce, definha e morre.

Há algo de triste nesse sublimado nascimento,

Sempre por acontecer,

E há uma alegria trágica

Nessa morte que não chega...

Sou essa dualidade irreconciliável,

Esse anverso de meu avesso,

Esse tecido que teço,

Ornado com pérolas de mil vivências,

Esse fio que torço,

Na roda mágica de fiar vida...

Há algo em mim que transcende o tempo,

Que pulsa em outro nível de compreensão,

Que se agita em outro universo,

Que se volatiliza e se reintegra em outra era...

Eis o que sou...ora anjo, ora fera!



* * *

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui