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Cordel-->Onde estão os sabiás? -- 03/09/2001 - 19:21 (José Pedro Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
"Boca chiusa" é imperativo,
com moscas em demasia,
só não me pega a afasia,
do mais-morto-do-que-vivo.

E nesse escrevo-não-leio
de grafômanos ceguetas,
meu olho bom, bem no meio
d uma guerra de espoletas.

Picego, sem ter cachorro,
na selva do anonimato,
humor me quer, eu não morro
de amor por vias-de-fato.

Meus sais minerais, imploro,
já tem gente me internando,
como se louco, e babando,
em clínica ou sanatório.

Só não me entendem, capeta,
no meio do redemunho,
manquitolando, perneta,
choro, uivo, gemo, grunho.

Sangue d Ele tem poder,
dizem os pios do saite,
com seus versos de foder
e suas rimas óraite.

Meu usina tem asneiras,
onde rola o bafafá,
poetisas inzoneiras
maltratando o beabá.

Nele, só existe fartura,
farta de tudo que há,
sapo clamando por lura,
pipoca só piruá.

Me produzo: Raul Queixas,
um Bob Grilan, sei lá,
ranzinza, sisudo, sonso,
quem sabe, talvez, quiçá.

Por Jesus Cristo, por Lennon,
por Russo e Kurt Cobain,
rock m enrolo, tô frito,
de partida para o além.

Batatinha quando nasce,
espalha ramas pelo chão,
tem usineiro dormindo
no olho do furacão.

Tem Contrera, Iã e Lúcio,
Protes, Guerrini e Muniz,
Freitas, Morschel, Georgina,
as amizades que fiz.

De Decca, Félix, Tchello,
Nandinha, Magno, Vânia,
já me salvaram da infâmia
de um eterno ritornello.

Bartholomeu, seus k-bites,
Theodora, Zilton, Cristal,
Stênio, Leonardo, Nilto,
Pieiro, portátil caos.

Márcio e Pompe, meus amigos
de tempos que já lá vão,
que me contemplam tranqüilos
do fundo do coração.

Pode bem ser que me esqueça
de nomes, que tantos são,
de usineiros com grandeza,
cultores de um outro não.

Medito, será que vale
a pena deste sufoco,
exposto aos bichos-barbeiro
desta casa sem reboco.

Insisto, apesar de tudo,
quero mais, não quero pouco,
lanço meu berro no oco,
contra o garfo do chifrudo.

Um pouco de simancol!
Que cinismo! É brincadeira!
Já querem tapar o sol,
ulalá, sem a peneira.

Cordelistas usineiros,
deixo aqui minha mensagem,
os meus versos são caseiros,
mas também tem pra viagem.

Se navegar é preciso,
nesse mar de lama e caca,
muito riso e pouco siso
para nos livrar da inhaca.

Aceitem os meus acenos,
meus amenos resedás.
Minha terra, onde as palmeiras?
Onde estão os sabiás?




















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