UMA CERTA NOITE SOB CHUVA
A chuva continuava,aquele vento terrível, fazia com que as janelas fossem quase arrancadas.
A mulher, sentada no sofá próximo a lareira, encontrava-se paralisada.
Ela não podia se levantar.
Os pingos de chuva caíam nas telhas da varanda, provocando um barulho ensurdecedor.
Ouvia-se um barulho na porta da cozinha, que podia estar sendo provocado pelo vento e a chuva, ou por alguém que quisesse entrar.
A chuva aumentava, o vento aumentava, o barulho aumentava.E conseqüentemente, o pavor também aumentava.
A mulher, com a expressão cada vez mais assustada, encolhia-se no sofá. Até que a porta da cozinha se abriu...
E, do sofá, a mulher avistou um vulto.
Aterrorizada, não conseguia dizer ao menos uma palavra.
O vulto se aproximava, aproximou-se mais e mais até que a mulher pode vê-lo com nitidez
Era um senhor já bem maltratado pelo tempo
Velho, bem velho.
A mulher,começou a tremer e lágrimas escorriam de seu rosto.
O senhor, percebendo o pavor estampado na face banhada por lágrimas dirigiu-lhe algumas palavras:
-Por favor, não se machuque desta forma, não permita que coisas pequenas e fracas te dominem e que lhe causem tamanho pavor.
Mantenha-se calma e tranqüila e tudo estará bem.
Após dizer estas palavras, o velho se foi e levou consigo a chuva e o vento deixando apenas um céu negro e estrelado.
E a mulher, num estado de profundo júbilo.
CYNARABASTOS
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