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Artigos-->EM DEFESA DA MULHER BRASILEIRA -- 20/09/2000 - 01:00 (Fernando Tanajura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
EM DEFESA DA MULHER BRASILEIRA



É fato comum quando se fala aqui nos Estados Unidos sobre o Brasil para um estrangeiro, especialmente para um americano, despertar a imagem de: "Ah, Rio de Janeiro, as mulheres nos seus minúsculos biquinis..." O tom é de que as mulheres brasileiras estão sempre disponíveis como a fruta numa árvore, que é só estender a mão e pode-se colhê-la facilmente.



Nós que vivemos na grande Nova Iorque e adjacências sabemos perfeitamente que a imagem da mulher brasileira é associada de imediato com a da go-go girl, da mulher que se desnuda sem preconceitos para ganhar a vida e, de certa forma, a brasileira é um "objeto fácil" para os padrões internacionais.



Este fenômeno já foi estudado por antropólogos, foi tema de teses, motivo de debates, assunto de reportagens e até argumento de livros.



Além do decantado bum-bum brasileiro, a segunda imagem é a da baby-sitter ou da barmaid. Não que estas ocupações sejam degradantes para quaisquer pessoas, pois são honestas e de alguma forma úteis à sociedade, mas a rotulação conseqüente é um preconceito contra o qual levanto a minha voz.



Residente há mais de vinte anos neste país, ainda vejo acontecer isso diariamente, apesar de o fato não corresponder à fama. Conheço muita gente que é indiferente a esta situação, e mesmo não se importa ou, simplesmente, acha normal esta inclinação. Muitas conterrâneas até se sentem linsojeadas quando se diz que a mulher tropical é cheia de sensualidade, o que acho natural, porém muitas delas, quando isso escutam, mudam o tom da voz e se apressam num trejeito às vezes malicioso, atrapalhando sensualidade com vulgaridade.



É meu ponto de vista que a mulher tem a obrigação de apresentar uma postura digna, conservando o mais que possa o seu charme, o seu encanto, o seu mistério.



A mulher brasileira, como qualquer imigrante de outras partes do mundo, vem para terra do Tio Sam em busca de dias melhores e vão à luta. Na minha busca incessante do pão-nosso-de-cada-dia, sou obrigado a me relacionar com muitas delas em diferentes categorias sociais e níveis econômicos diversos. Assim conheço escritoras, jornalistas, donas-de-casa, engenheiras, cantoras e artistas em geral. Tenho amigas e conhecidas que trabalham no ramo da hotelaria, turismo, restaurante, aviação e comércio. Existem também as que limpam casas, tomam conta de efermos e velhinhos, outras

cozinham divinamente, são recepcionistas de bancos e estabelecimentos comerciais ou simplesmente estudam e recebem a mesada da família. Vejo em todas elas a imagem normal de qualquer mulher de outros países e, em algumas delas, posso até pôr o rótulo de heroínas, pois além de se manterem com dignidade em terras estrangeiras e procurarem avançar em suas carreiras, ajudam a sustentar suas famílias, aqui ou no Brasil. Outras tantas, além de cuidar da casa, do marido e dos filhos, dirigem negócios, publicam revistas, estudam e contribuem de forma honesta para a sociedade em que vivem.



Em recentes encontros em Newark (NJ) e Boston (MA) de escritores brasileiros que vivem nos Estados Unidos em que tive a honra de participar, me foi dada a oportunidade de conversar com muitas conterrâneas que estão aqui na batalha: trabalhando em restaurantes, hospitais, lojas, bibliotecas, hotéis ou outro qualquer lugar que qualquer mulher do mundo trabalhe.



Pelo exposto, a brasileira não é tão diferente das outras mulheres do planeta: é a mãe, a noiva, a esposa, a irmã, a namorada, a vizinha, a prima, a tia, a amiga de todos nós. Está na hora de dar um basta a esta tendência de dizer que a mulher brasileira é sinônimo de mulher fácil e com este BASTA fazer emergir uma nova concepção da imagem das nossas patrícias.



Cabe a todos nós, mulheres e homens, residentes no Brasil ou no estrangeiro, lutarmos por este objetivo: gritemos em defesa da imagem da mulher brasileira.





© Fernando Tanajura Menezes

(1943 - )

Revista Alternativa Boston-MA/USA

Março/97









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