A Lua é feita encanto
Do fel é mel no seu ápice
Na alegria do pranto
Que tanto assim abrace
(Quando no horizonte despontam
e partes aí se encontram)
Bebendo do mesmo cálice
Opostos no mesmo céu
Na noite tateia a procura
Como quem rasga um véu
Como se fosse loucura
(O outro queimando o rosto
na luta do Sol do desgosto)
E ela na sua candura
Na breve fase que passa
O atrito das carnes no gozo
Ela gela e ele assa
Como amor de esposo
(Esquecendo a realidade
que o Sol trás dor e saudade)
Dia negando repouso
Até que um dia minguante
A negra passagem no véu
Reconhecido instante
Queima a fervura do mel
(De gosto amargo na boca
a dor da frieza louca)
Negando que exista céu