Há dias como de vida
Que não ensinam sofrer
Há dias em que se morre
Pra que se ensine viver
Há medos proveitosos
Outros são tenebrosos
Bocas de anoitecer
Há caminhos estreitos
Pé no começo do andar
Há outros espaçosos
Convidando a parar
Há braços que são laços
Engano entre abraços
Inimigos a estreitar
Há perdidos no caminho
Outros encontram lar
Há quem ria do choro
Que tento consolar
Há escuta na parede
No emaranhado de rede
Medo de concordar
Há beijos do escuro
Treliça no confessar
Perdões de quem não têm
Não tendo como ofertar
Não tateio feito cego
Repito o que não nego
Eu sou o verbo amar