Foi a partir da infância que reviu
A vida que levou em agonia,
Que os males que sofreu não sofreria,
Se fosse generoso, bom, gentil.
Aos poucos, revelou o seu sistema,
Na forma condizente co’a consciência.;
Não quis seguir as normas da ciência
Que trouxe lá do mundo como algema.;
E pôs na fila intérmina os parentes
Com quem manteve guerra declarada.
Então, não teve luz para mais nada,
Que os ódios se mantinham eloqüentes.
Pediu ajuda, assim que se viu solto
Das duras opressões dessa memória:
Pensava em conseguir séria vitória,
Se alguém mais caridoso fosse envolto.
Mas viu-se ali sozinho em amargura,
Que as dores se causavam por si mesmas
E vinham p’ra assustá-lo os avantesmas
Dos dolos e malfeitos que o bem cura.
E não achou na história dessa vida
Um ato só que desse uma esperança:
Feliz não foi sequer quando criança
E agora dos infernos não duvida.
Desesperado urrou contra o Senhor,
Porque não via, em suma, salvação:
— “Será que terei forças, coração,
Para enfrentar as culpas do rancor?”
Era o primeiro aviso do processo
Em que entraria p’ra entender o mundo.
Pensava que o fremir fosse profundo
E disse ao protetor: — “Por paz eu peço!”
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