O Coelhinho Branco
Paulo Nunes Batista
No quintal da velha casa
Em que morava o Menino,
Apareceu, belo dia,
Certo coelhinho branco
De olhos de azul bem profundo
Cor do céu da Paraíba.
O Menino, com seis anos
Sonhadores
O adotou.
Ah, com ingênua alegria
E apaixonado zelo
O Menino sorria, acariciando o pêlo
Alvo, de imaculado arminho,
Do saltitante ecativante coelhinho.
O danado orelhudo
Passara a ser seu tudo-
Delirante paixão, único, ardente amor.
Mas o imprevisto arma as suas
Armadilhas
E destrói, num segundo,
Os gozos deste mundo e suas maravilhas.
Uma tarde qualquer, quando na serrania
O Sol se despedia,
Não é que o Coelho Branco do Menino,
Escolhendo talvez algum melhor destino,
Por um cano de esgoto se sumiu.
E o menino, afundando em mar de dor,
Morto de solidão, nunca, mais nunca o
viu.
Ah, deus, Meu Pai Maior, deixa que eu
seja franco:
só quero ir para um céu se lá dado me
for
achar de novo a paz de meu Coelho Branco!
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