Venho mais uma vez, apresentar-lhe minha indignação que desta vez está também acompanhada por um grande desapontamento, motivados pela atual crise ética e moral por que passa esta até então em minha opinião “instituição de defesa da ética e do jornalismo coerente e desprovido de conotações falaciosas e ou pecuniárias”em resumo um bastião da verdade e do compromisso com a seriedade independente; assim o foi em tempos de exceção e tortura, que levaram ao fim vidas de colaboradores e de profissionais, que colocavam sua própria segurança pessoal em risco na defesa de valores por este jornal hoje desprestigiados e substituídos por um inaceitável vassalismo econômico ao capital estrangeiro e aos interesses de maltas de intenções inconfessáveis.
Sou leitor do JB desde os 12 anos de idade, quando no auge da repressão e da obediência cega aos ditames mentirosos do poder de plantão, impostos a toda uma sociedade e a imprensa que a servia, ousava eu e toda uma população verdadeiramente descontente com as mentiras oficiais, impostas por órgãos entreguistas,covardes e manipuladores, conseguíamos enxergar uma luz no fim do túnel, através da coragem de um grupo de HOMENS e MULHERES abnegados, corajosos e patriotas que militavam nas páginas freqüentemente censuradas deste outrora grande jornal; de receitas aos maiores escárnios, souberam passar-nos o que realmente acontecia, tanto nos porões quanto nos salões por onde nossas vidas eram tratadas com desdém e também onde o BRASIL era vendido aos pedaços a aqueles que melhor pagassem e melhor encontrassem formas de camuflar os crimes contra a humanidade e a soberania de uma nação a partir aquele fatídico 31 de Marco de 1964 .
Já reclamei em vão, pois não fui provavelmente sequer lido, a certeza de ter sido “deletado” em todas as ocasiões, acompanha esta que certamente tomará o mesmo rumo, que todas as que a antecederam; porém mesmo assim, sinto-me obrigado a continuar a digitar e a apresentar-lhe minhas razões para tamanho desapontamento saudosista pois tenho certeza ser este direito inerente a quem é acusado e uma atitude ética da parte de quem acusa.
Não consigo compreender, que linha editorial é esta, que afronta a grandes analistas e escritores,como “Vilas Boas Correa ,Millôr Fernandes e Leonardo Boff, expostos ao convívio com indivíduos do calibre de jarbas passarinho e Antônio(matéria paga)ermírio de Moraes, não me digam que é em nome da “diversidade” democrática de opiniões; pois os dois em questão, desconhecem o sentido da palavra democracia e certamente jamais teriam esta visão magnânima sobre pontos opostos aos seus, se as coisas ainda fossem descaradas como foram por 25 anos de tortura sangue e entreguismo.
Quero saber qual a justificativa para a presença de : _ Mitômanos como rubens ricupero, contrabandistas como abi ackel, fracassados como marcilio alves moreira,esbirros da ditadura como delfin neto dentre tantos ministros que representaram apenas, seus interesses pessoais e os dos grupos por eles protegidos em detrimento da nação como um todo. Pergunto-lhe senhor editor o senhor compraria uma BMW usada de alguém que diz, “ O que é bom agente mostra o que é ruim esconde” ? Conseqüentemente, o que será que pessoas do naipe das supra citadas possuem para vender que o Brasil novo precisa ou quer comprar ? O retorno aos tempos de exceção? Apenas desta vez ´a exceção é econômica e não temos mais em nosso auxilio um grande e verdadeiro jornal como um dia foi o JB.
Quero também, apresentar minha indignação e o mais atual motivo,para estar aqui criticando um jornal, por quem lutei, quando era acusado por meus reacionários familiares de comunista apenas por ser leitor do Jornal do Brasil e não de o globo como todos os outros membros comportados e coniventes de minha família; A total e descarada omissão do lançamento as 19:18hs no dia 23/11/02, da Base de Alcântara no Maranhão(ou seu fracasso) do lançamento do VS30/Orion; fato que se teve o sucesso esperado, representa para o Brasil, o mesmo que foi para os u s a a chegada do homem a lua. Porém, tudo o que é bom para os americanos do norte, não pode fazer o mesmo efeito para o Brasil, neste momento em que os interesses de dominação do mundo e da Amazônia pelos u s a entram em conflito com a nossa soberania e mesmo nossa sobrevivência como nação livre, a Base de Alcântara e nosso Programa Espacial, são muralhas que seus opositores e nossos inimigos tentam destruir. Somando-se a esta omissão proposital, a outras como a presença da c i a no pais, grampeando e controlando por meio de chantagens nossos três poderes, que os senhores também esqueceram muito convenientemente de noticiar,fica em minha boca, o gosto amargo da traição e da conivência vil e subserviente aos capitais injetados neste jornal, por obra e graça da providencial “abertura de capital das empresas jornalísticas brasileiras aos investidores estrangeiros”; ou seja, todo capital estrangeiro que entrou no Brasil nos últimos oito anos de desgoverno, ou foi especulativo ou manipulador, o que acredito ser uma redundância e um sinônimo para canalha.
Vou encerrar, pois tenho certeza, que ninguém mais além de mim ira ler este desabafo indignado e verdadeiro;porem fica aqui a minha marca e a minha opinião sobre o patético fim deste que um dia foi um exemplo de jornalismo honesto e voltado para os interesses da nação brasileira, e não um caça níqueis para acionistas, uma forma de manipular a opinião pública em favor de interesses avessos aos nossos ou um mero trampolim para que revanchistas reacionários inconformados com a guinada dada pelo Brasil em sua busca pela seriedade, pela honestidade e pela verdadeira independência pela qual já pagamos muito caro por diversas vezes porem ainda continuamos a aguardar que nos seja entregue; quando na verdade tudo o que temos de fazer é tomá-la, com toda a nossa competência e com a força de nosso caráter, forjado em tempos de escuras e intermináveis noites , iluminadas apenas por tochas de liberdade e justiça como foi um dia O Jornal do Brasil.
PS. Irei apenas terminar o período contratual de entrega do jornal, pois tenho caráter e um contrato por mim aceito, tem de ser cumprido até o fim; porém após o ultimo exemplar, será o fim de uma relação de confiança que durava já 32 anos. É realmente uma pena( passei a assinar o JB á apenas 4 meses; porém mesmo quando vivi fora do Brasil, tinha sempre que lê-lo, para manter-me em dia com o que acontecia em meu saudoso pais)
