O RELACIONAMENTO E A SATISFAÇÃO DO EGO ALHEIO







Uma relação não serve para nos complementar, senão para nos suplementar. Se estamos com alguém e esse alguém vive a nos exigir a satisfação de seu ego, há algo de errado ou distorcido nesse relacionamento. Quando nos envolvemos com uma pessoa e ela passa a nos fazer exigências com vistas à satisfação de suas fúteis vontades, devemos repensar os motivos pelos quais estamos nos relacionando com essa pessoa.



Viver pra servir o ego alheio é adotar um estilo de vida de subserviência incondicional aos caprichos e desejos desvirtuados do parceiro(a), ou até mesmo se sujeitar a um regime de escravidão emocional, ou até moral, em alguns casos. Quem se sujeita aos caprichos do outro não vive, sobrevive; não existe, subsiste.



Há pessoas que buscam no parceiro a plena satisfação de suas necessidades, sejam elas sexuais, materiais, emocionais e, às vezes, até mesmo espirituais. Conheço casais que vivem em permanente conflito, já que cada um tenta, a seu modo, buscar sempre a plena satisfação das vontades do outro. Não queira transformar seu parceiro(a) no objeto dos seus sonhos! A vida real passa longe, mas muito longe, do mundo onírico!



Tente, primeiramente, você mesmo, satisfazer-se a si mesmo. Após descobrir que não precisa de se envolver com ninguém pra ser feliz, aí sim você estará preparado para se relacionar com alguém. Se buscas no outro aquilo que não encontrou em si mesmo, fique sozinho por um tempo. Conheça e enfrente a solidão de si mesmo, e ela te revelará quem é você de verdade e do que você realmente necessita. Não tenha medo da solidão. Ela é tua mais fiel companheira, desde quando você veio ao mundo.



A solidão pode ser comparada a uma situação na qual você está nu de fronte ao espelho. Você e você. Mais ninguém. À medida que começas a te observar, começam a aparecer no teu corpo os rótulos que a vida e as pessoas com as quais você conviveu deixaram impregnadas no teu Si.



Um conselho: arranque de sua pele esses rótulos, com toda força. Desta forma, saberás quem és, e do que realmente necessitas.

Ai, então, serás nu, serás livre!





Por Leandro Tavares





Brasília-DF, 15 de outubro de 2013