A IMBECILIDADE DA TECNOLOGIA
Nas ruas, nos bares de esquina, nos ônibus, nos aviões, nas baladas, nos encontros sociais, nas reuniões de trabalho, onde se vá ou onde se pise, as pessoas não se falam mais como antigamente. Se você entrar num avião, percorrer o corredor, e observar poltrona a poltrona, verá com nitidez que as pessoas estão se transformando em seres alienados, em zumbis, em escravas da tecnologia.
Não largam o Iphone, não falam bom dia, não se interessam pela pessoa ao lado. A vida não é mais real; ao contrário, o que acontece no mundo virtual é mais importante do que o que se passa na vida real.
As pessoas viajam, namoram, encontram os amigos, mudam de emprego, divertem-se nas festas, conquistam suas vitórias, encontram familiares, etc,etc,etc. Contudo, o que é mais importante? Em tese, seria viver esses momentos na essência e plenitude, correto? Mas a realidade não é bem essa. A verdade é o que o foco não é mais a vida, mas a vida no facebook!
A questão é que está ocorrendo uma distorção no sentido de viver. É mais importante postar uma foto no facebook do que viver um momento de felicidade com os amigos e com as pessoas queridas de nossas vidas. Parecer feliz é mais importante do que ser feliz! O artificialismo e o superficialismo, caminhando juntos, lado a lado, entrelaçados e coesos, estão vencendo o que há de mais importante e autêntico nessa vida: ser verdadeiramente feliz!
A consequência dessa adesão à vida virtual é muito mais preocupante e perigosa do que possa parecer. Por extensão e generalização, tudo está se tornando superficial e/ou artificial: as amizades, os namoros, o trabalho, a família (instituto este que se enfraquece a passos largos, e que já está provocando um caos existencial sem precedentes no Ocidente), o casamento; enfim, tudo aquilo que há de mais importante para o ser humano.
Os cientistas se preocupam com o aquecimento global. Mas a verdade é que o mundo está se tornando cada vez mais frio. Calor humano, nos dias de hoje, é algo raro de se ver. Obviamente, isso é consequência do artificialismo e do superficialismo, os quais são, per si, constituídos na mais baixa das temperaturas (acredito que bem abaixo das temperaturas do inverno russo).
As fotos, as imagens, as aparências, os visuais, bem como as representações distorcidas do real tem regido nossas vidas sem nos permitir viver, sem nos permitir ser quem verdadeiramente somos. Vestir e usar uma roupa ou um sapato de grife é mais importante do que se sentir bem consigo mesmo, do que sentir a leveza de ser quem realmente somos. Os padrões de consumo amarram e aprisionam corações, mentes e espíritos. O pior é que pouquíssimas pessoas são livres deles! E a tecnologia, que tem demonstrado ser amiga íntima da futilidade, tem contribuído para introjetar e reforçar esse estilo superficial de viver. Um way of life estilo senzala!
Albert Einstein, com sua visão futurística e profética, disse certa vez que a tecnologia transformaria as pessoas em idiotas. Concordo plenamente com ele. Só acho que as pessoas estão se tornando cada vez mais imbecis. Mas penso que idiota e imbecil são a mesma coisa, não é mesmo?Risos.
O foco deve ser a vida real! Ela é verdadeira. O mundo virtual não existe, nunca existiu, nunca existirá, posto que é abstrato e imaginativo; logo, nunca será palpável.
E você me perguntaria: mas a imbecilidade da tecnologia? Onde está ela?
Está em você, homem, que a criou.
Por Leandro Tavares
Brasília, DF, 03 de novembro de 2013
|
