A VIDA E A TEORIA DO CAOS
Na vida, às vezes, não somos donos completos de nosso destino. Não podemos traçá-lo na exata medida que desejamos. Nem tudo está ao alcance de nossos olhos. Nem tudo nossa capacidade cartesiana de previsão é capaz de prever.
Tentamos percorrer o caminho que planejamos, mas nem sempre isso é possível, posto que caminhos alternativos surgem ao longo da estrada. Caminhos estes que nem sequer seríamos capazes de imaginar, quando, lá atrás, projetamos nosso futuro.
Pessoas surgem no meio do caminho, contribuindo para que nossa trajetória seja, de alguma forma, alterada. Uma única pessoa pode fazer toda a diferença para que nosso destino mude de direção.
Enfrentamos desafios e situações que nos fazem refletir sobre nossa trajetória, sobre nossas prioridades, sobre o que realmente é importante para nós, sobre o que nos fará verdadeiramente felizes. Descobrimos a diferença entre o que é verdadeiro, pseudo-verdadeiro e falso. Acabamos descobrindo que o dinheiro, sem aquilo que nos completa, acaba perdendo seu sentido. Ou que aquilo que imaginávamos como um referencial de felicidade pode ser a causa da nossa infelicidade.
A verdade é que na vida não há fórmulas, ou caminhos pré-definidos pela nossa limitada capacidade de previsão. Há coisas que a razão não consegue prever, haja vista que muitos acontecimentos e situações inusitados são produtos do acaso, ou, por vezes, como dizia Pierre Weil, são singelas, mas significativas, sincronicidades.
As setas da racionalidade nos indicam um caminho. Contudo, no fundo, a intuição nos mostra outro. E nada melhor do que a intuição (ou o pressentimento) para nos indicar o caminho que nos trará maior felicidade. E a felicidade, por si só, atrai o que há de melhor nessa vida.
Quando estamos felizes, temos mais disposição para lutar por nossos objetivos e, por extensão, mais alegria de viver. Quando estamos felizes, a chance de obtermos sucesso se eleva exponencialmente e tudo passa a fluir com mais leveza e naturalidade. Felizes, temos mais energia e vitalidade.
Do contrário, quando infelizes, falta-nos energia, falta-nos vitalidade, falta-nos o brilho no olhar que nos dá ímpeto pra continuar a enfrentar os desafios da vida. Sem alegria, tudo desfalece, e corremos o risco de tudo perder, e de nada conquistar.
O grande desafio não é simplesmente seguir um caminho, mas, sobretudo, seguir o caminho com o qual nos identificamos. Devemos sempre tentar nos encontrar. Nos encontrar numa profissão, num relacionamento, num lugar e por aí vai. Quando nos encontramos, entramos em sintonia com o que verdadeiramente somos e tudo passa a fluir com serenidade, tal qual um rio que segue seu caminho, conforme sua natureza de rio revela.
O que parece caos, na verdade, não o é, mas senão a vida em si mesma, como seus caminhos inusitados e imprevisíveis.
Por Leandro Tavares
Brasília, DF, 15 de junho de 2014.
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