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cronicas-->Mau humor eleitoral -- 28/10/2002 - 16:46 (Maurício Cintrão) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Uma idosa passou pelo grupo de petistas que festejavam
na calçada. Brincaram com ela. Não gostou. Passava uma
viatura policial e ela chamou a atenção dos guardas. O
carro parou. A rua parou. E a senhora esbravejou que
era proibido fazer boca de urna. Os policiais saíram
do veículo e, a contragosto, foram conversar com os
fantasiados eleitores. Vingada, a mulher seguiu seu
caminho gritando: seu ditadores, você são uns
ditadores.

Que mau humor estranho. Não parecia ter candidato. Era
uma pessoa triste. Era rancorosa. Mais à frente,
passou por outro grupo de simpatizantes do PT e fez
outras ameaças. Eles riram enquanto a mulher gritava:
voltem para a sua terra. "Mas eu sou brasileiro, minha
senhora", argumentou um dos eleitores brincalhões. Ela
não considerou. Deve ser paulista quatrocentona,
daquelas que não admitem a derrota de São Paulo em 32.

Apesar do velho mau humor, entretanto, essa foi uma
eleição que não envolveu rancores. Foi uma eleição de
diferenças e de preferências. Quem sabe um primeiro
passo em direção à maturidade. Lula teve votos de
eleitores que nunca votaram nele. E não pense apenas
nos jovens. Muita gente acredita em sua proposta de
mudança. Muitos eleitores que votaram no PT para a
presidência e no PSDB para o Estado de São Paulo. Uma
dobradinha de escolhas.

Foi uma eleição tão tranquila que nada aconteceu aos
grupos de petistas ameaçados pela amarga senhora. O
primeiro foi cordialmente cumprimentado pelos
policiais e mudou de lugar, rindo. O segundo continuou
sua festa. Porque eleição é festa. Azedume nenhum
acaba com a alegria eleitoral. Ainda mais em São
Paulo, onde petistas festejaram Lula na Presidência e
peessedebistas comemoraram seu Geraldo no Governo do
Estado.

Foi um resultado bem paulista: meio calabreza, meio
muzzarella. Para agradar a maioria. Vai ver a senhora
irritada não gosta de pizza. Ou acha que o mundo era
melhor quando havia a disputa entre o rancor e a
maldade. Pela primeira vez em muitos anos, escolheu-se
entre caminhos não muito diferentes para se chegar a
um futuro de construção, honestidade e progresso.
Apesar dos boatos nas Bolsas, dos recados dos Tios
Patinhas do estrangeiro e das pessoas mal humoradas.

Maurício Cintrão

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