Usina de Letras
Usina de Letras
37 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62275 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22539)

Discursos (3239)

Ensaios - (10382)

Erótico (13574)

Frases (50665)

Humor (20039)

Infantil (5454)

Infanto Juvenil (4778)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140817)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6206)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->COCAÍNA - EFEITOS NOCIVOS AO USUÁRIO -- 10/09/2014 - 11:21 (edson pereira bueno leal) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


COCAÍNA - EFEITOS NOCIVOS AO USUÁRIO



 



Edson Pereira Bueno Leal, setembro de 2.014.



 



Um estudo publicado pela revista inglesa The Lancet, estabeleceu um ranking das drogas mais nocivas à saúde física e mental. Os critérios utilizados foram três: o grau de danos ao organismo, à capacidade de produzir dependência e o impacto do vício na vida social do indivíduo. A cocaína ficou em segundo lugar e em uma escala de 1 a 3 entre nenhum prejuízo e máximo prejuízo ficou em torno de 2,3 em todos os quesitos.  (Veja, 23.05.2007, p. 79)



 



A cocaína é tão nociva por que bastam alguns meses ou mesmo semanas para que ela cause um emagrecimento profundo, insônia, lesão da mucosa nasal e maior suscetibilidade a convulsões. O risco de morte por overdose também é alta apenas menor do que o da heroína.



 



Liderados pelo médico Arthur Siegel, da Universidade Harvard, pesquisadores analisaram amostras de sangue coletadas de vinte pessoas, antes e depois de ingerirem cocaína, nunca a tendo utilizada antes. Apenas dez minutos após a ingestão , o número de glóbulos vermelhos começa a crescer , e chega a ser 6% superior às concentrações normais . O sangue fica mais viscoso e circula com maior dificuldade por artérias e veias. Aumenta a concentração de uma proteína chamada fator de Von Willebrand, ligada à coagulação sanguínea. A taxa supera em até 40% os índices normais num período de apenas meia hora, Essa situação persiste por 4 horas, aumentando drasticamente o risco de plaquetas se acumularem nas paredes internas dos vasos e formarem coágulos. O problema estaria no baço, órgão que apresenta uma drástica contração sobre o efeito da cocaína e influi na liberação de glóbulos vermelhos. O estreitamento dos vasos combinado ao sangue mais espesso prejudica a irrigação do coração, aumentando segundo estudo publicado na revista Circulation da Sociedade Americana de Cardiologia no decorrer da primeira hora depois do consumo de cocaína o risco de ocorrência de infarto em 24 vezes (Veja, 22.09.1999, p. 87). . 



 



Estudo foi feito por pesquisadores da Universidade de Cambridge, Reino Unido, com uma das autoras Karen Ersche, publicado na revista “Science”, comparou 50 pares de irmãos que incluíam um viciado e outro saudável, com idade média de 33 anos. Como grupo de controle foram analisados 50 outros voluntários com idades e quocientes de inteligência semelhantes. O resultado deixou claro que os pares de irmãos tinham certas características anormais no cérebro que os distinguiam do grupo-controle. Imagens de ressonância magnética do cérebro revelaram alterações na substância branca dos pares de irmãos em comparação aos voluntários saudáveis.  O mau funcionamento desses circuitos pode facilitar o desenvolvimento de dependência química. A grande dúvida ainda é porque um irmão desenvolve o vício e outro não. Portanto a história familiar indica já um risco genético de adquirir o vício em droga. Os dados indicam que pelo menos 20% das pessoas que experimentam cocaína vão se tornar dependentes dela em um prazo de dez anos. (F SP, 3.2.2012, p. C-6).



 



CORAÇÃO



 



A cocaína pode provocar infarto precoce, que pode levar à morte pacientes jovens. Outro risco são os micro enfartos, quando há obstrução de pequenas artérias, o que pode produzir a perda de funções cognitivas como a inteligência, a capacidade de abstração, a memória e a organização de ideias.



 



A cocaína favorece a formação de coágulos, que podem bloquear a passagem do sangue para o coração, leva à contração das artérias e acelera o processo de aterosclerose.



 



Jovens na faixa etária entre 20 e 40 anos estão sofrendo mais infartos do miocárdio. Nos principais hospitais de São Paulo, eles representam em 2008, em média, 12% dos casos. Em 1998 não passavam de 6%%. Nos EUA, o índice médio de infartos em jovens é de 4%%.



 



O cardiologista Marcelo Knobel, coordenador da unidade coronariana do Hospital Albert Einstein, atendeu em 2008 a um rapaz de 33 anos, usuário crônico de cocaína, e ficou impressionado com o estado das coronárias: “O padrão é como se fosse um idoso de 70 anos”. Ele explica que além de espasmo, a cocaína pode causar trombose (o sangue coagula e fecha a artéria), ou lesar a parte interna da artéria, causando inflação e aterosclerose. “Toda vez que chega um paciente jovem infartado, é obrigatório excluir exaustivamente o diagnóstico de cocaína”. Isso é importante porque há medicações usadas no infarto como betabloqueadores que são contraindicadas aos usuários de cocaína. Elas podem piorar o quadro de espasmo coronário.



 



Os jovens morrem menos de infarto, porque o seu coração é mais saudável, mas o infarto deixa uma cicatriz no coração. “O jovem fica sequelado. Tem redução da função ventricular, diminui a contratividade e o coração bate mais fraco. E essa marca é para toda a vida”. (F S P, 13.07.2008, p. C-8).



 



Porém, os infartos costumam ser mais fatais em jovens por características do sistema cardiovascular. Nos idosos as doenças coronárias produzem o desenvolvimento de uma circulação colateral e caso haja a obstrução de uma artéria, estes vasos podem manter a oxigenação do coração.



 



OVERDOSE



 



A morte por overdose costuma decorrer de derrame ou infarto. O sistema cardiovascular não agüenta a descarga de noradrenalina, um neurotransmissor, o mesmo responsável pela sensação de euforia que vem com a droga. Com o uso excessivo de cocaína, ocorre um espasmo, uma contração abrupta das artérias do coração, e o sangue deixa de circular. ( Veja, 17.12.2008 , p. 134) .



 



Cérebro



 



Estudo feito nos EUA por 16 pesquisadores liderados por Hans Breiter, do Hospital Geral de Massachusetts, baseado em imagens do cérebro feitas por meio de ressonância magnética nuclear, publicado na revista “Neuron”, concluiu que o cérebro dos viciados em cocaína é diferente daquele dos que não são usuários da droga, mas não foi possível afirmar se a diferença é causada pelo hábito, ou se ela é preexistente e indicaria uma maior vulnerabilidade de a pessoa se tornar viciada. Os pesquisadores analisaram duas regiões do cérebro, a amígdala e o hipocampo, de 27 viciados em cocaína e as compararam com as de 27 não viciados. Não foi encontrada diferença nos hipocampos, mas as amigdalas dos viciados eram significativamente menores nos cocainômanos, em média 13% menores na amígdala do lado esquerdo do cérebro e 23% menores naquelas do lado direito. Não há “lateralidade nas amígdalas dos viciados, ou seja, elas apresentaram tamanhos semelhantes, enquanto nos não viciados há uma diferença de tamanho”. Não houve diferenciação nas conclusões comparando-se o tempo de dependência da droga, o que pode indicar caso a alteração seja posterior ao início do vício à existência de um rápido processo degenerativo. 



 



A amígdala esta associada a um mecanismo cerebral ligado ao processamento de recompensas, de estímulos agradáveis e teria também um papel relacionado á tomada de decisões mais ou menos sensatas.



 



Segundo os autores do estudo, usuários dependentes de cocaína têm dificuldades significativas em identificar os resultados potenciais negativos de seu comportamento ou reconhecer que esses resultados podem transpirar.



 



Pesquisa realizada pela Unifesp com 30 dependentes e ex-dependentes de cocaína com um tomógrafo computadorizado do tipo Spect, que fotografa o cérebro em atividade concluiu que a cocaína danifica o cérebro depois de dois anos de uso.



 



O estudo concluiu que o tempo de uso tem mais importância do que a quantidade de droga utilizada. Todos os que usaram cocaína por mais de 58 meses apresentaram alterações graves, independentemente da quantidade que usavam. As alterações nos cérebros dos dependentes de crack eram semelhantes às encontradas com os usuários de cocaína aspirada. Verificou-se também que os danos não diminuíam nos dependentes que tinham parado de usar 30 dias antes do exame. 



 



As alterações ocorrem por dois mecanismos que são simultâneos. Primeiro, a cocaína provoca uma constrição dos vasos sanguíneos, fazendo com que algumas regiões do cérebro recebam menor quantidade de sangue. Segundo, a vasoconstrição causa micro derrames. Com isso, toda a rede de neurônios deixa de funcionar. Por serem alterações relativamente pequenas, elas afetam especialmente as funções intelectuais abstratas. Por exemplo, a pessoa tem afetada a espacialidade, a capacidade de se situar tridimensionalmente diante de um objeto ou no interior de algum local. Com a espacialidade alterada, o motorista pode ficar em dúvida se passará ou não por um túnel. Uma pessoa poderá cair da escada ao calcular mal a altura e a distância dos degraus. As alterações encontradas se espalham por todas as regiões cerebrais: 45% os lobos frontais (raciocínio abstrato e atenção), 22% a região parietal (espacialidade e atenção), 22% a região temporal (memória e atenção) e 11% a região occipital (parte da atenção). (F S P, 28.06.1999, p. 4-3). 



 



Pesquisa feita pela Universidade do Texas em Dallas concluiu que bebês de mulheres que consomem cocaína durante a gestação têm uma tendência dez vezes maior de serem portadores de doenças cardíacas do que os nascidos de mães que não usam a droga. O estudo concluiu também que estes bebês apresentam lesões cerebrais permanentes. Eles tendem a ser menores, a ter uma menor circunferência craniana e a serem afetados pelos sintomas que surgem com a falta da droga. (Folha de São Paulo, 17.01.1990, p. A-12).



 



Estudo com ratos mostrou que o uso da cocaína afetou a memória de três gerações de ratinhos, ou seja, a perda de memória causada pelo consumo da droga pode ser repassada para gerações futuras. (Veja, 22.04.2009, p. 89).



 



DISFUNÇÃO SEXUAL



 



Cerca de 50% dos homens e 40% das mulheres acham que as drogas melhoram o desempenho sexual. Em pequenas doses, realmente drogas como o álcool e o cigarro melhoram o desempenho na cama. Porém, o uso freqüente e abusivo começa a provoca alterações na função sexual e a longo prazo traz prejuízos importantes.



 



Segundo estudo conduzido pela unidade de pesquisa em álcool e droga da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), cerca de 47% dos dependentes de álcool e outras drogas tem alguma disfunção sexual. Na população em geral este percentual é de 18%, segundo o Estudo da Vida Sexual do Brasileiro que ouviu mais de 7.000 pessoas em 2004.



 



Os principais problemas levantados foram ejaculação precoce, (39%), diminuição do desejo sexual (19%), dificuldade de ereção (12%), retardo na ejaculação (8%), e dor durante a relação sexual (4%).



 



As drogas causam alterações nos neurotransmissores no cérebro, envolvidos no controle da ejaculação. O álcool e a nicotina causam alterações vasculares que dificultam a ereção. A cocaína e maconha, se usadas em altas doses, derrubam a libido. Também esse é o efeito de drogas sintéticas como o ecstasy e o LSD. (F S P, 2.6.2010, p. C-7).



 



 



MULHERES



 



Segundo uma pesquisa feita com 80 pacientes do Programa da Mulher Dependente Química (Promud/IPq), 56% das mulheres dependentes de álcool ou de drogas que estavam em tratamento tinham algum tipo de transtorno alimentar. Dessa percentagem, 41% tinham transtorno de comer compulsivo, 30% tinham bulimia e 8% eram anoréxicas. A pesquisa concluiu que as mulheres com transtornos alimentares têm oito vezes mais chance de ter um transtorno relacionado com álcool e outras drogas. A droga mais procurada por quem sofre de transtornos é o álcool, mas são comuns os casos de uso de anfetaminas, cocaína e crack, que também ajudam a aplacar a fome. As anoréxicas passam a recusar a comida, mas a aceitar o uso dessas substâncias. As compulsivas geralmente tentam substituir a comida por alguma delas, enquanto as bulímicas juntam à compulsão, formas de compensar a ingestão de calorias, como vomitar ou usar laxantes e diuréticos. (F S P, Equilíbrio, 11.06.2009, p. 4).



 



PODER DA DROGA



 



Em estudo publicado em 2006 na revista científica The Journal of Neuroscience, pesquisadores americanos dividiram dezoito cocainômanos em dois grupos. O primeiro assistiu filmes com cenas de natureza. O segundo, com imagens de outras pessoas usando cocaína. Tomografias computadorizadas mostraram que os participantes do segundo grupo registraram um aumento da síntese de dopamina. Ou seja, o contato com cenas de consumo aumenta o desejo de consumir droga, em um enorme círculo vicioso.



 



AFASTAMENTO DO TRABALHO



 



Dados do INSS revelam que , de 2009 a 2013, explodiram o consumo no país e o afastamento de trabalhadores  em especial no Norte e no Nordeste.



 



De 2009 a 2013 os auxílios doença por uso de drogas, aumentaram no Amapá, 95%, Pernambuco 87,9%, Goiás , 72,5%; Paraíba , 72,2%; Distrito Federal, 69,2%; Pará, 63,4%; Ceará, 58,2%; Mato Grosso, 56,0%, Rondônia, 50,9% e assim por diante. São Paulo teve aumento de 17,9%, de  36.181 auxílios em 2009,  para R$ 42.649 auxílios em 2013. O valor recebido depende do salário e vai de R$ 724 a R$ 4.390,24. Não há período máximo para receber o benefício.



 



De 2009 até agosto de 2014, o governo federal já gastou mais de R$ 206 milhões com auxílios-doença para viciados em todo o país.



 



Para o psiquiatra da USP Arthur Guerra , o crescimento do uso de entorpecentes é puxado pelo aumento do poder aquisitivo no Brasil. Mais dinheiro e mais estresse no trabalho favorecem o aumento do consumo.  E o pior é que a cocaína não causa suspeita no trabalho, pois a pessoa consegue disfarçar o vício até certo ponto. ( F S P , 8.9.2014, p. C-1).



 

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui