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| Poesias-->Sou Meu Resto o Sobejo de Paulo Nunes Batista -- 08/04/2003 - 15:56 (m.s.cardoso xavier) |
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Sou Meu Resto, o Sobejo
Paulo Nunes Batista*
E já fui cana doce.
A moenda da vida
Me moeu e remoeu
Espremeu todo o suco
E jogou fora o bagaço: - eu!
E agora já não sei
O que de mim eu faço.
Pra que serve bagaço?
Dizem até que é bom
Pra queimar e adubar...Ótimo.
Mesmo me esbagaçando eu sirvo.
E quando eu não passar
De cinzas, ainda assim
Adubarei o solo.
Já que não me é dado
Adubar o Sol!
Pois é.
Eu já fui cana – e doce.
Fizeram-me garapa
Rapadura e açúcar mascavo.
Só me danei mesmo foi quando
Me fizeram cachaça...
Aí eu me morri de uma vez!...
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