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Artigos-->jalea - carta -- 05/05/2014 - 22:05 (Joel Ribeiro do Prado) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
vice-presidente, Ricardo Vidigal, o qual já tive o prazer de conhecer, na gestão anterior, quando, no começo, fez parte da diretoria.

No meu ponto de vista, como agente e também como vendedor de jogos, não tenho dúvidas quanto à origem dos problemas que o nosso turfe precisa resolver, para a sua sobrevivência. A origem está no sistema de vendas de apostas, pois a sua forma, pouco ou nada atraente, não atende a necessidade de se conquistarem novos apostadores. Esse sistema só atende, e numa dimensão pouco satisfatória, aqueles que veem o turfe mais como esporte e não o apostador. São duas categorias distintas

Vejamos um exemplo:

Fechamento de páreo

Vendas – R$ 20.000,00

Totais: vencedor R$12.000,00 – placê R$3.000,00 - quadrifeta e exata R$ 5.000,00.



Temos aqui um bom exemplo do que trouxe o Jockey à atual situação. O produto que ele mais vende não tem poder para atrair novos clientes em quantidade capaz de alicerçar, como é indispensável, o seu crescimento financeiro e, a partir deste, gerado, primeiramente, pelas apostas, a sua expansão em todas as direções que lhe darão consistência e capacidade para atrair com a sua soberba plástica muitos daqueles que, não o conhecendo como lazer, preterem-no, indo engrossar o público que se distribui por outros entretenimentos, esportivos ou não.



Com resultados financeiros otimizados por formas de apostas mais atraentes, o nosso turfe poderá investir em publicidade para fora do seu ambiente. Essa publicidade focará, além da beleza das corridas de cavalo, a da criação, o prazeroso trabalho de preparo dos animais e, finalmente, a emoção extraordinária das disputas na raia. Tudo isto, que está arraigado a culturas mais evoluídas do que a nossa, segue fora desta, e, senão por inteiro, só porque há uma conceituação enraizada na nossa sociedade de que o turfe leva à falência pessoal.

ABRINDO PARÊNTESES

É preciso melhorar a imagem do turfe, para que ele deixe de estar com o rótulo de coisa destrutiva. Há muitas maneiras possíveis para que isto aconteça. Uma delas é oferecer às crianças um contato com esses bastidores da criação, do trato e até com aquele da emoção de ter um animal disputando uma prova; no caso, sem apostas. Estudantes, divididos em grupos, vivenciariam todas essas etapas, a convite no Jockey. Cada grupo teria um animal nesse acompanhamento, do trato à disputa de um páreo. Os s turfistas são mortais e é preciso fazer com que nasçam novos.

VOLTANDO ÀS CONSIDERAÇÕES SOBRE O SISTEMA DE APOSTAS

Voltando a focar as modalidades de apostas hoje oferecidas, temos que as mais praticadas pelos que jogam são as pouco rentáveis, até mesmo porque a maioria nem sabe preparar um betting e nem mesmo calcular o preço de uma quadrifeta ou de um fast 6. Então, o nosso turfe está mal alicerçado no costume - pra não dizer no vício - de um público diminuto, que não se renova e que joga por jogar e mais vezes para pouco ou nada ganhar.

Nos concursos, sobretudo quando acumulados, está uma possibilidade de atrair gente que nunca viu uma corrida de cavalos. Mas até a publicidade desses prêmios maiores é feita apenas para dentro do ambiente turfístico. Nenhuma modalidade, nem mesmo qualquer daquelas da Caixa Econômica, que já fazem parte do costume da nossa população, pode prescindir da divulgação mais pontual, como é feita nas próprias lotéricas e também na mídia quando os prêmios estão acumulados. Nas agências do Jockey inexistem anúncios de prêmios acumulados. Isto é limitado àquele espaçozinho na tv do turfe. O nosso turfe, com um prado tão bonito, segue falando com os seus botões, mesmo possuindo profissionais de gabarito, dos ginetes, treinadores e cronistas até o narrador, único e sem férias, mas resistente à falta de descanso.

DIVULGAÇÃO

Novos apostadores surgirão, se houver um incremento de modalidades mais premiativas e uma divulgação desde o interior das agências até onde alcance a grande mídia.

NO PÁREO DA SORTE, QUAL É COTAÇÃO DO TURFE?

Não é viável que o turfe se reerga pela possibilidade de se apostar R$ 5,00 para ganhar R$ 6,00, que é, infelizmente, o que está mais nítido aos olhos de inveterados e já raros “turfistas”. As condições atuais fazem do turfe um azarão no páreo em que enfrenta a mega-sena, o jogo-do-bicho e até a rifa; todos estes “adversários” oferecendo prêmios superiores e, sem aquilo que parece perda-de-tempo para os que não aprenderam a enxergar a plástica das corridas: o esperaaaar pela realização do páreo, para, caso acertem, receber a sua parte do rateado.

PRÊMIO X CONDICIONAMENTO

O alardeamento, cada vez mais intenso, dos grandes prêmios ganhos aqui e ali pelos que jogam nas loterias condiciona cada indivíduo a só querer jogar por um bom prêmio. É até comum ouvir-se, estando numa fila de lotérica, alguém passar e falar “Ah, não tá acumulado... Não vou jogar.” Falam como se um prêmio de dois milhões fosse pequeno. Ora, como atrair de um público assim condicionado para um turfe que remunera, na maioria das suas modalidades com R$ 6,00 quem acertou jogando R$ 5,oo?

TOCADA

Todos os concorrentes estão se avantajando em suas arrecadações e no volume de jogos, como a Caixa, que faturou em 2012 quase 13 bilhões de reais. E, só no estado de São Paulo, ela vendeu 3 bilhões. É preciso instigar mais, o nosso turfe e desde a reta oposta, nessa disputa pelas preferências.

O Jockey tem toda uma grade de jogos a ser fortalecida e tem como diferencial o que as loterias etc. não têm, que é essa atração mal divulgada de cada páreo em si mesmo.

É preciso, de imediato, investir nos jogos para que se crie, também sem grande demora, uma nova massa de simples apostadores, de onde poderão até surgir novos e verdadeiros turfistas, na acepção do termo. De outra forma, o tufe morrerá com os turfistas já raros de agora.



UM EXEMPLO DE COMO ATRAIR

Colocando-se, por exemplo, uma quadrifeta com garantia de 100 mil reais com programação para vendas com data certa, todo turfista que hoje jogar São Paulo, RJ, Paraná, irá nesse jogo que vai ultrapassar mais de 200 mil, com certeza. Não entendi isto:

BOLÕES

Ainda se pode e se deve considerar que, como agentes, podemos fazer bolão para atrair novos apostadores, porque o prêmio é bom e o resultado sai na hora. Começará aí a virada do Jockey, atraindo todos para um tipo de jogo sem concorrência. Para garantir esse prêmio. encontrar-se-iam patrocinadores ou investidores dividindo uma parte da comissão, mas sem nenhum risco. Na sequência, o Jockey terá autonomia financeira para não precisar mais de investidor e nem de patrocinador. A entidade caminhará com os seus próprios e fortalecidos recursos.

Estou falando isso com experiência de 20 anos de vendas jogos de turfe, e com a certeza de que este é o caminho para melhorar as apostas, porque jogo é um produto mais fácil de vender, porém tem duas fórmulas de venda. O prêmio alto, para apostador, ou comissão alta para vendedor. E o Jockey hoje não utiliza nem uma das duas fórmulas. Vamos garantir prêmio alto na quadrifeta e assim vender aquele bolão que é interessante para o agente e para o Jockey.

CONCLUINDO

Eu só estou enviando essa carta por que sou muito grato ao Jockey Clube de São Paulo que me deu trabalho por muito tempo como funcionário da agência Paraíso, depois como funcionário da do Cambuci é, em seguida como proprietário. Hoje, em função do movimento, da não renovação de público, não trabalho só com o turfe, pois tenho outras atividades, e estou no sistema mais por gratidão e para garantir emprego para funcionário do que por lucro, visto que não dá para pagar minhas despesas, mas com esperança, ainda, de dar uma virada, para que volte a ser minha principal atividade.

Gostaria, se possível, de ter a confirmação de recebimento e leitura desta minha carta.

Espero que tenha colaborado com minhas ideias e fico à disposição para qualquer esclarecimento.

Muito obrigado,



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José Jales

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