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Artigos-->GYOTAKU, UMA GRAVURA JAPONESA -- 17/04/2014 - 15:12 (LUIZ CARLOS LESSA VINHOLES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

GYOTAKU, UMA GRAVURA JAPONESA



                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                     L. C. Vinholes



Gyotaku é palavra japonesa escrita com dois ideogramas, o primeiro “gyo” para “peixe” e o segundo “taku” para “esfregar”. Ela dá nome a um tipo de gravura que utiliza o corpo de um peixe como matriz e cuja prática teria começado nas últimas décadas do Período Edo (1603-1867). Usando o sumi, tinta da China, os pescadores japoneses costumavam documentar sobre folhas de “washi”, papel artesanal, os troféus de suas pescas utilizando procedimento, que, no final da década de 1950, tive oportunidade de observar nas pequenas comunidades de pescadores nas proximidades das cidades de Enoshima e Numazu, situadas nas províncias de Kanagawa e Shizuoka.



As etapas do processo são: limpar a superfície de um dos lados do peixe; com pincel, passar o sumi no lado limpo do peixe, sem exagerar na quantidade de tinta; com papel toalha retirar a tinta dos pontos em que haja excedente; colocar uma folha de papel fino – se possível washi ou similar –, sobre a superfície do corpo do peixe untada com sumi; e, finalmente, esfregar delicadamente com as mãos ou utilizando esponja leve ou almofada redonda com um dos lados convexos, até que a imagem do peixe seja transferida para o papel. Como o sumi não se fixa sobre o olho do peixe, ele é pintado posteriormente com o auxílio de um pincel fino. Finalizado este procedimento, a folha de papel já com a imagem do peixe é retirada e pendurada para secar.



Os autores dos gyotaku, depois de secar a obra resultante, utilizavam pincel para acrescentar manualmente informações diversas: nome e peso do peixe, local e data da pesca e, o nome do pescador.



O que em meados do século XIX foi uma atividade despretensiosa praticada nas colônias de pescadores foi mais recentemente aceita como manifestação artística[i], passando a utilizar cores no processo de confecção ou colorindo à mão às peças produzidas pelo método tradicional. Hoje em dia o gyotaku é praticado em muitos países, a tradicional almofada é substituída por esponjas, são utilizadas tintas acrílicas, a óleo ou próprias para aquarelas, além de peixes são também usados como matrizes o polvo, caranguejos, conchas etc. e as obras resultantes são exibidas em museus.



Pelo fato de utilizarem sumi, tinta a base de água e não tóxica, os pescadores depois de utilizar os peixes como matrizes dos seus gyotaku lavavam e consumiam suas presas, uma vez que o consumo era o objetivo maior das suas atividades.



A partir de maio vindouro o Museu de Arte Leopoldo Gottuzo, de Pelotas, RS, terá no seu acervo cinco gyotaku produzidos em 1963, dois deles mostrando o linguado, peixe comum nas águas do Rio Grande do Sul, pescados em Sarushima, Ilha do Macaco, única ilha natural na Baía de Tokyo, localizada a 1,7 km da cidade de Yokosuka, e em Chibakaigan, Praia de Chiba, na Província de Chiba.



O que em meados do século XIX foi uma atividade despretensiosa praticada nas colônias de pescadores foi, mais recentemente, aceita como manifestação artística, quando passaram a utilizar cores no processo de confecção ou colorir à mão às peças produzidas pelo método tradicional. Hoje em dia o gyotaku é praticado em muitos países, a tradicional almofada é substituída por esponjas, são utilizadas tintas acrílicas, a óleo ou próprias para aquarelas e, além de peixes, são também usados como matrizes o polvo, caranguejos, conchas etc. e as obras resultantes são exibidas nos museus.



Com o objetivo de propiciar recursos extra aos profissionais da pesca e suas famílias, seria o caso de estudar a possibilidade de, mediante projeto específico envolvendo artistas gravadores apoiados por instituições governamentais, levar a técnica de produção do gyotaku às colônias de pecadores das imensas e belas praias do Brasil. Os trabalhos que venham a produzir certamente interessarão à população em geral e aos turistas em particular, como lembranças e objetos de decoração.




 






 




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