Pressão e censura feitas pelos petralhas do governo forçam mudança no comando da Rede Globo
Sergio L. Millon
Exclusivo - O executivo Octávio Florisbal será substituído da Direção-Geral da Rede Globo porque cansou de suportar as pressões diretas e indiretas do governo, sempre que o jornalismo da emissora detonava matérias negativas contra os esquemas petralhas e de seus aliados. Alegando que a maior rede de televisão do País não pode aceitar se submeter à censura, Florisbal pediu aos irmãos Roberto Irineu e João Roberto Marinho para sair do cargo que será ocupado por alguém com sangue mais frio para suportar tentativas constantes de ingerências políticas: o jornalista Carlos Henrique Schroder - atual diretor-geral de Jornalismo e Esportes.
A versão de que a família Marinho preferiu se blindar contra as armações político-econômicas dos petralhas no poder vazou entre conversas de lobistas que trabalham para importantes afiliadas da Rede Globo. Os irmãos Marinho aceitaram a troca de Florisbal por Schroder porque as pressões so br e a Globo aumentaram, de forma insuportável, depois que o julgamento do Mensalão no STF ganhou os impensáveis desfechos de condenação para os principais réus políticos.
Dirigentes globais foram "desaconselhados" por "emissários do governo" a não tentarem uma entrevista exclusiva com o publicitário Marcos Valério. Muito menos a Globo deveria cogitar de comprar e veicular o conteúdo das tais quatro bombásticas fitas que Valério teria mandado um famoso cineasta gravar e editar para comprometer o ex-presidente Lula da Silva e a cúpula do PT com os mafiosos esquemas do Mensalão. O comando das Orgnizações Globo preferiu acreditar nas ameaças e anunciou, depressa, a programada e futura substituição de Florisbal por Schroder. O ex-diretor-geral - que cansou de sofrer pressões - acabou "promovido" para um cargo no novo conselho da emissora, cujos sócios são os herdeiros do falecido Roberto Marinho.
Bronca maior
Além de neutralizar a televisão Globo, a máquina de censura petralha gostaria muito de atingir três jornalistas que operam a contra-ofensiva da família Marinho no jornal O Globo.
Merval Pereira, Ricardo Noblat e Miriam Leitão - que publicam artigos mais contundentes contra os esquemas mafiosos no governo federal - são os alvos preferenciais da petralhada.
Se a pressão so br e os controladores da Globo aumentar e se tornar insuportável, pode so br ar alguma malvadeza contra um dos três.
MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964
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