Quem tem pressa come cru
Quem é coxo parte cedo
Quem é pobre anda a pé
Quem tem fiofó tem medo
O rico anda de avião
Pobre não tem condição
Pra ninguém isso é segredo.
A minhoca num é cobra
Jacaré né lagartixa
O rato num é preá
Nunca vi japonês bicha
E nem vi um judeu pobre
Ou um bandido ser nobre
Orelhão que usa ficha.
Dizem que mato tem olho
E parede tem ouvido
Quem acorda muito cedo
Para o dever ser cumprido
É François Pecori Massa
Se acabando na cachaça
No seu viver sem sentido.
Se a aranha arranha a jarra
E a jarra arranha a aranha
Filho de peixinho é
Um filhote de ariranha
Se um burro falaceia
Um outro baixa a urêia
Quem é mais fraco apanha.
Ninguém mais ouviu falar
De um tal Piolho Chato
Um sujeito mei metido
Só querendo o estrelato
Sumiu feito a fumaça
Acabou toda a sua raça
Caindo no anonimato.
O jacaré no seco anda
Um banho de mar chovendo
Uma chuvinha por cima
Nessa não tô entendendo
E se entrar em terra minha
O pote não é quartinha
Se alisar vai crescendo.
Quem nasceu sendo coado
Do ovo nasceu pintinho
Espremido entre as tramas
Bem filtrado e coadinho
Bem pequeno feito um tico
Sujeito feio e nanico
Mirrado e coitadinho.
Cordelando e provocando
Jogando em qualquer fuça
Quem tiver um cabeção
Que vista essa carapuça,
Pois quando dá na veneta
Eu brinco mexo na teta
Mesmo que a vaca tussa.