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Presença de Bolsonaro faz Câmara atrasar sessão sobre 50 anos do golpe
Após início do evento, deputado ergue faixa com & 39;Parabéns militares& 39;, provoca tumulto e cerimônia é suspensa por alguns minutos; momentos antes, parlamentares se recusaram a permitir início da sessão se Bolsonaro comandasse os trabalhos
01 de abril de 2014 11h 18
Atualizado às 11h49 - Daiene Cardoso e Eduardo Bresciani
Brasília - A sessão da Câmara dos Deputados para lembrar os 50 anos do golpe militar começou com mais de uma hora de atraso, na manhã desta terça-feira, 1º, e chegou a ser suspensa por alguns minutos em razão de protestos entre parlamentares e o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), defensor do regime militar. Houve tumulto, discussões e um dos presentes chegou a passar mal. Veja também:
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Especial: 1964 - 50 anos do golpe O evento estava marcado para as 9h30, mas em razão da ausência de integrantes da Mesa Diretora, o deputado com mais legislaturas deveria presidir a sessão. Como Bolsonaro seria o escolhido, deputados que lutaram contra o regime pediram que fosse aguardada a chegada de outro parlamentar. Quando enfim teve início o evento, Bolsonaro abriu uma faixa na galeria do plenário com os dizeres: "Parabéns militares - 31 de março de 1964. Graças a vocês o Brasil não é Cuba". A plateia participante respondeu à iniciativa com os gritos de "assassino". A partir daí, um tumulto se formou no plenário e a diretora da União Nacional das Esposas de Militares das Forças Armadas, Ivone Luzardo, passou mal e caiu após um empurra-empurra no plenário. Ao recobrar a consciência, a simpatizante dos militares teve de ser contida por seguranças e gritava aos outros participantes: "Eu não quero comunismo no meu País". A sessão foi interrompida durante o discurso da deputada Luiza Erundina (PSB-SP), autora do requerimento que propôs a sessão solene. O deputado Jair Bolsonaro também deve discursar. Acesso restrito. Uma ordem do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), de restringir o acesso à sessão também provocou protestos entre os deputados. Apenas quem tinha senhas distribuídas previamente poderia entrar no plenário. "Isso aqui está parecendo a volta da ditadura", bradou o deputado Amauri Teixeira (PT-BA), um dos mais exaltados. Os deputados Ivan Valente (PSOL-SP) e Chico Alencar (PSOL-RJ) também questionaram a ordem de Alves. Diante das queixas de parlamentares, cujos convidados estavam sendo barrados, Henrique Alves decidiu liberar o acesso.
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