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cronicas-->íntimo Segredo -- 02/07/2000 - 00:57 (Marilene Caon pieruccini) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


íNTIMO SEGREDO

Foi numa dessas tantas madrugadas frias que eu, pela primeira vez, o encontrei em meu endereço eletrónico. Suas palavras eram simples, referindo-se apenas em como achara criativo o nome "Retalhos de Mim".
Enquanto respondia, agradecendo, perguntava-me se ele havia se dado conta do quanto eu me desnudava, desnudando-o também, naquelas páginas, que formam o vivo romance de todos... Se percebera que cada capítulo, cada texto era um universo, pois pertencia a todos e não pertencia a ninguém...
Nossas mensagens foram se cruzando no espaço virtual, descobrindo um pouco de cada um de nós, a medida que as letrinhas se desenhavam, caprichosas, na tela do computador. Assim foi que soube sobre sua música e suas viagens pelo mundo todo. Sobre sua guitarra e sua terra. Nómade foi como se definiu, mas eu preferi optar por cidadão do mundo, porque foi assim que o encontrei: no lugar imponderável da cibernética.
Mensagens eletrónicas têm uma característica muito real, pois permitem que se diga exatamente o quê e como se pensa. Nossos sentimentos, nossas emoções debruçam-se, sem pejo algum, em direção ao outro, revelando o mais íntimo da alma. Em nenhuma outra situação é possível saber tanto de alguém, quanto nessa correspondência, que é uma revelação do ser.
Provavelmente, se nós tivéssemos nos cruzado por qualquer caminho temporal, quando muito teríamos nos dedicado um daqueles olhares vagos, que nada revelam, porque estão voltados para a vibração do espaço sem tempo do tempo da vida....
Porém, nos encontramos neste momento em que realmente prestamos atenção no outro, pois estamos fascinados pela paixão da descoberta, que escorre direto para dentro de nós mesmos; no instante único em que dizemos, com toda simplicidade: meu amigo muito especial...
Especial porque, mesmo que eu não tivesse rosto, cheiro ou som, sorriu comigo, chorou comigo e comungou comigo o sortilégio do imaginário coletivo, que nos aquece nas longas noites em que navegamos com a ilusão de estarmos junto de alguém, a máquina transformada na companhia ansiosa, que adivinha o primeiro abraço, sente o primeiro beijo suave roçar na face esquerda...
Doce amigo, que as curvas da vida me fez encontrar, tarde demais para os sonhos do meu menino, mas ainda a tempo de descobrir que, através de você, posso, de alguma forma, reencontrar o sonido de uma guitarra, que imaginei perdida para sempre, pois é você também ainda um menino, Leão da Montanha, íntimo segredo de uma magia que eu não esqueci.
Essa crónica é sua, um carinho pelo que você, em seu caminhar por este plano, levou aos que lhe souberam ouvir, porque quem não o escutou, não aprendeu a amar e chorou.



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