Mais uma vez, estou aqui para falar de um dos mais graves problemas do Brasil e do mundo: A Miséria. Como escritor e admirador da vida, não posso aceitar o paradoxo vergonhoso de termos um país fisicamente privilegiado e apesar disto, sermos um país pobre. Não temos desertos, terremotos, nevascas, vulcões ou furacões. Nunca sofremos guerras devastadoras em nosso território, como os países europeus.
Somos o país com maior área agriculturável do planeta e apesar de todas estas bênçãos, somos um país pobre.
Não quero entrar em discussões bizantinas nas quais se sofisma que, paradoxalmente, é justamente por todas estas condições favoráveis que somos o que somos ou então que é devido à nossa herança colonial.
Um país que possui índices de mortalidade infantil igual ao de países africanos em algumas regiões e semelhantes aos europeus em outras, precisa repensar seu método de desenvolvimento social.
Este artigo poderá nos auxiliar a resgatar a cidadania de milhões de brasileiros que hoje nada possuem (nem esperança), como no caso das milhares de crianças brasileiras que vivem em condições miseráveis, desnutridas já na primeira infància e por nossa omissão, incompetência, ou qualquer outro adjetivo do gênero, estamos arrancando-lhes o direito inalienável de desenvolver plenamente o potencial humano com que nasceram.
Temos de romper este ciclo secular de miséria, de pessoas desnutridas, analfabetas, portadoras de parasitoses e outras doenças decorrentes da completa ausência de condições higiênico-sanitárias mínimas, sem perspectiva alguma de melhorar sua qualidade de vida e o que é mais cruel, sem perspectiva de que seus filhos não tenham este mesmo destino miserável.
É dever absoluto, prioritário, um compromisso de honra de qualquer Sociedade que almeje ser desenvolvida, ancorada nos princípios básicos de justiça, compaixão e de respeito à dignidade do ser humano, propiciar condições mínimas de vida à toda a sua população e por isto precisa se tornar um objetivo não só de um Governo, pois este é transitório; mas de todo o Brasil, como Nação Civilizada.
Assim como aquele brasileiro que vive na miséria se mira no espelho e vê desesperança e impotência em mudar seu destino, nós, os brasileiros que temos condições plenas de mudar nosso destino para melhor por termos tido educação e oportunidade, temos de olhar no espelho e ver que nossos destinos se cruzam. Nenhum Ser Humano é verdadeiramente digno e , honrado se, além de cuidar dos seus, não tem solidariedade e auxilia o próximo.
O que desejo e espero é que as autoridades competentes queiram fazer um projeto para este problema, e que este mesmo sirva como um meio de oferecer condições básicas de saúde, educação e habitação a populações que de outra forma continuarão naquele ciclo interminável de miséria gerando mais miséria, pois para que estes direitos básicos constitucionais cheguem até eles demorará, se formos realistas, décadas.
Ao invés de esperar termos condições económicas de propiciar água, luz, esgoto e condições de moradia decentes a cada família de determinada região, nestes rincões distantes de cidades, o governo poderia por exemplo construir um local único com estas instalações para toda a comunidade, que seria uma espécie de centro de instalação comunitária para qualquer indivíduo. Neste Centro haveria banheiro com fossa comunitária, chuveiro, cozinha comunitária, sala de aula e de primeiros socorros. Ou seja, cada comunidade aprenderia, na forma de mutirões especializados, a se ajudar e a melhorar as condições de vida de cada cidadão pertencente a ela.
Nada é utópico se há fé, determinação e vontade. Quero dizer com isto que, se houver vontade política e se julgar este projeto exequível, os entraves burocráticos legais impeditivos para sua efetivação podem ser solucionados. Basta querermos mesmo nos engajar neste movimento que idéias aparecerão !! Confio muito em nosso povo e sei que possuem solidariedade em potencial e conscientização da necessidade de mudarmos esta realidade tão cruel e injusta, e que ainda existe, não somente no Brasil, mas no mundo todo. E lembro que " A tragédia do homem é o que morre dentro dele enquanto ele ainda está vivo. A esperança em participar na construção de um mundo melhor é uma delas e embora os homens sejam acusados de não conhecer suas próprias fraquezas, o fato é que talvez poucos deles conheçam suas próprias forças. Acontece, tanto entre os homens como no subsolo, haver um veio de ouro sem que seu possuidor o saiba."
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