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Contos-->A Crisálida -- 16/01/2003 - 22:27 (Claudia O Hama) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Era uma vez,


Um belo jardim perfumado, com muitas flores e borboletas coloridas. Nele, morava uma pequena lagarta muito tímida. Considerava-se muito feia, e por isso, não gostava de se mirar nas límpidas águas da fonte d’água, como as outras o faziam diariamente. (Talvez, por causa disso passaria toda a sua vida sem saber se enfeitar). Seu nome era Alexandra, muito pomposo, a despeito de ser tão simples e feia.

Com o passar do tempo, nossa pequena Alexandra foi crescendo, e quanto mais crescia, mais se escondia no seu particular mundo de sonhos, no qual ela não era uma lagarta simples, feia e tímida, mas sim uma belíssima borboleta, admirada pela sua graça e beleza e amada por todos no jardim. Mas, como é de conhecimento geral, quando crescem os jovens, há um período de transformação em que todos ficam desajeitados. E assim ficou nossa jovem Alexandra: desengonçada, estranha e mais introvertida do que antes, pois em seu irreal mundo perfeito, era inadmissível um ser tão atrapalhado existir. Recolheu-se num casulo interior, e assim ficou.

Chegou o período ninfal, época importante para que as lagartas completassem seu ciclo de vida e se tornassem borboletas. O jardim ficou num estado de alvoroço, pois as danadinhas, sabendo que teriam que se recolher como crisálidas, por um tempo, resolveram brincar muito, aproveitando a liberdade o máximo que puderam.

Desse modo, passado o período de repouso, belas borboletas surgiram, colorindo os jardins de alegria em vôos graciosos.

Alexandra ficou bonita, mas, em seu gosto particular, não o suficiente, pois o infame espelho de sua exigente sensibilidade a refletia feia, à difusa luz de sua própria insegurança!

Era chegada a hora de se fazerem os pares no jardim, e ela sonhava com um príncipe encantado, diferente de todos a quem conhecia. Foi assim que ela se enamorou de uma mariposa de nome Besouro.

Besouro era galanteador, mas completamente diferente de Alexandra. E ela, confusa, amava essa diferença. Acreditava, com a pureza de sua alma, que o grande amor tudo podia contra as diferenças culturais e as crises de ciúmes explosivas e, em sua opinião, sem fundamentos.

Viveram num carrossel de emoções torturantes desse amor tão improvável, por muito tempo.

Ah, mas como ela ficou magnífica! Alexandra ficou maravilhosa vivendo seu sonho dourado, o qual era imaculado sob a ótica do seu estado de embriaguez apaixonada. Amava e era amada! Eram belos, jovens, poderosos...Consideravam-se invencíveis perante a vida!

Acreditavam num sonho de amor! Mas, sonhos sem alicerces para se sustentar, não passam de ilusões. Eles construíram um belo castelo de areia, o qual, à mercê do gélido sopro da realidade, desmoronou, até que o último grão de areia fosse levado para bem longe...

Ah, sim, eram jovens, belos, fortes. Mas, imaturos, se é que existe maturidade suficiente na vida para se aceitar, com resignação, o fim de um sonho.

Começou o período negro da guerra, das feridas que marcariam para sempre suas almas, que selariam seus destinos. As asas da borboleta perderam a cor, gradativamente, e, por fim, caíram. Cada um foi para seu canto, seu refúgio, para curar suas mágoas. Besouro foi se apaixonar novamente pelo jardim. Alexandra voltou ao estado de crisálida, e assim permaneceu por um longo período.

E, enfim, terminou a estória de um amor tão improvável...





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