Passei a tarde diante de uma porta
Olhando cães por lá sair e entrar
Por horas fez-se minh’alma absorta
Achada, entanto, em preguiçoso estar
Ah, o que pode a liberdade criar...
Se a percebermos disfarçada em tédio
Eu que levei meu cão pra consultar
Curei-me n’alma, sem tomar remédio...
Quando a consciência encarcera a vida, até uma espera chata pode ser oportunidade para que a alma passe pelas grades dessa prisão. |