Os Comigo de Mim: Celso Pereira: Campina Grande/Pb: Grafset, [1986]: 77p.
Um arco-íris humano, de Robério Maracajá; Ao mestre com carinho e verdade, de Félix Araújo Filho; Abas, de Amaury Vasconcelos; e Lourdes Ramalho.
Por: Maria do Socorro cardoso xavier
O livro é composto e mais ou menos 74 Cronicas escritas pelo autor, entre 1983-1984, impregnadas de profundo existencialismo e amor. Externa sentimentos sobre vários pólos de existência, com grande fluência verbal e espírito crítico. O amor e a plenitude do ser são temas centrais das Cronicas. É um escritor que não extingue do sangue a sensibilidade, mesmo com tanta asfixia, raposice e congêneres males hodiernos.
As Cronicas revelam uma erudição singular; arguta curiosidade ao prescrutar o ser humano: suas virtudes e vicissitudes. Os soslaios não apenas mordazes, aquiescentes, ao compreender os diversos comportamentos na rotina diária da convivência social. Sempre ministrando não só aulas de português, mas lições de vida, revelando-se como um ser criador e recriador, quer na sala de aula com as nuances da língua portuguesa, quer nos momentos poéticos ou na difícil arte da prosa.
Para o cronista, tudo tem sua importància e transcendência. Nada é nada. Com uma imaginação fértil, mente desperta e aberta, o cronista ressalta: "O amor deve transformar em energia radioativa todas as potencialidades do ser". É significativa sua referência à angústia: " O estado de angústia não mais representa um estigma, muito pelo contrário, é um ato consciente de que as coisas não vão bem."
Indiscutivelmente, este é um livro de Cronicas para ser lido sempre. Urge encerrar este modesto comentário, ilustrando com uma bela passagem da crónica "Sobre o viver pleno": Viver é um ato de permamente desassombro. É atirar-se de corpo e alma na terra das incertezas, porque é ali que se encontram os níveis superiores da beleza, do prazer e da poesia."
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