Os leitores pagam para interagir com o autor, alguns se sentem biografados, outros reclamam, cobram mais ação e dizem que os escritores os tapeiam nos enredos: ‘São prolixos demais... eu diria isso ou aquilo de outro modo...’ É verdade, os leitores têm seus direitos (não) autorais. O que gastam na compra do livro é o preço que pagam para viajar em suas páginas. Vamos apresentar a jiboia do pequeno Príncipe engolindo um elefante! As crianças saberão decifrar, senão agora, mais adiante, no decorrer da trama.
— Talvez noutro capítulo, disse ela.
— Por que não agora? Não convém perder personagens no caminho. Algumas desaparecem por si mesmas, depois de cumprirem a missão, outras voltam para as páginas do livro de onde vieram e seguem os desígnios do seu criador ou continuarão em outras obras. Não devemos praticar genocídio com nossas personagens, só por não sabermos o que fazer com elas. Não podemos jogar velhinhos em alto mar nem matar jovens delinquentes. O Carandiru e o infanticídio de Vigário Geral, não podem mais se repetir na Gentil Pátria Amada.
Robert parecia triste, não sabia como enxugar seu passivo, nem seu passado, porque o passado doído de menino criado sem pai, nunca passou.
— A noite é velha. Onde quer que façamos a próxima tertúlia?
— No sítio de Alice.
O sítio reconstruía em Ravenala a imagem das tardes de domingo, na Quinta da Boa Vista, algumas vezes na companhia de Ramayana e Morgana ou com outros colegas de sala.
***
Adalberto Lima, trecho de Estrada sem fim...
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