Quando se vê um país em frangalhos devido a tanta roubalheira, quando se vê uma organização terrorista como o estado islâmico torturar, assassinar barbaramente pessoas inocentes e destruir cidades inteiras em nome de um deus que só existe na mente deles, quando se vê pessoas atirando a esmo ou usando bombas atadas ao corpo para matar o maior número de pessoas possível, quando se vê governos ao redor do mundo envolvidos nas mais escabrosas falcatruas enquanto o povo sofre com o descaso, quando se vê a população do país mais rico e desenvolvido do mundo escolher para candidato a presidente um louco, homofóbico, racista e capaz de incendiar o mundo não há como não perder a esperança no ser humano e reconhecer que o nosso sistema democrático ocidental, o qual é fruto dos ideais da Revolução Francesa, fracassou totalmente em tornar o homem um ser melhor, menos egoísta e capaz de se importar com o próximo. E numa reflexão um pouco mais profunda, é possível questionar-se se a natureza não tenha cometido ao maior de suas falhas em dar vida a um ser como o homem. E mesmo que alguns de nós não atribua essa tarefa à natureza, mas a uma força superior, a qual muitos chamam de Deus, ainda sim essa força parece ter cometido uma falha ainda maior. No entanto, apesar de tudo de ruim que o homem é capaz, é preciso reconhecer que é nos momentos da mais pura barbárie, como mostra a história da humanidade, onde ocorre os maiores avanços sociais e culturais, onde surgem os grandes gênios e as grandes obras. É na dor, no sofrimento, na dominação e na destruição que surgem aqueles capazes de tirar a humanidade do seu ocaso e dar-lhe forças e esperanças, embora seja difícil prever em que momento exato isso ocorre, pois é preciso que homem chegue ao fundo do poço. Vivemos uma era de desesperança, cegueira, barbárie e caos. Vimemos um momento ímpar, onde tudo aquilo que sustentou o homem por milhares de anos está caindo por terra Até os velhos ídolos estão desaparecendo. Não se sabe até aonde isso vai e nem onde se chegará. Mas não tenho dúvida de que a humanidade será outra completamente diferente num futuro não muito distante. Resta saber se para melhor ou pior.