Vou contar –te sim das favelas,
Dos desempregados, dos filhos abortados,
Das crianças que a cada dia morrem de fome,
Dos velhos abandonados, das nossas meninas prostitutas, dos nossos meninos drogados.
Vou falar dos preços abusivos,
Vou contar sim, da fome dos miseráveis,
Da consciência dos empresários,
Da falência dessa sociedade,
Das famílias, das igrejas e do Estado, o quanto estão sucateados,
Vou falar da pobreza dos hospitais, da mediocridade da educação e da seriedade dos eleitos.
Vou falar da morosidade da justiça em julgar os desiguais,
Da polícia, em esperimentar os nossos rapazes.
Vou contar sim do futuro dos meus,
Que é a realidade dos teus.
Da estrutura que tem as cidades,
Da governabilidade que tem esse país,
Da cultura que fomentam aí fora.
Vou contar...
De vocês,
Da poluição e outra coisas mais,
Vou contar do nosso marasmo idealistico,
Dessa covardia absoluta, que ocupa de ponta a ponta os nossos toneis.
Vou contar dos carteis,
Dos coroneis,
Vou contar ao meu filho, que juntos podemos construir a paz.
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