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Artigos-->Osires daydreams... -- 14/09/2013 - 17:31 (Brazílio) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
PRA DESMORALIZAR DITADORES.

O ELOGIO DOS DOIS CHIBUNGOS CAQUÉTICOS DO CARIBE.

TODO CASTIGO PRA CORNO É POUCO!

Notem que o povo proclama isto com uma boa dose de carinho, o que a sabedoria popular reserva aos ditadores esta escoria infame e desprezível?

Apesar da luminosidade e da brisa fresca do Porto da Barra na velha São Salvador no inicio dos de 1970 respirava-se tensão, a ditadura dos milicos esbaldava-se em boçalidades. A lua na sétima casa e Júpiter alinhado com Venus fez com que eu e um amigo também magrelo e com mais de 1.90 metros de altura, cabelos compridos, belos bigodões à Emiliano Zapata e vestidos com roupas exatamente iguais; sandálias franciscanas, calça Lee e camisetas vermelhas, nos encontrássemos num bar da orla.

Decididamente formávamos uma dupla engraçada, satíricos olhares confirmaram isto, então tomamos dois conhaques seguidos, depois pedimos tira-gostos e cerveja e nos aboletamos numa mesa central e irresponsavelmente felizes começamos a destilar nossa livre irreverência.

- Estes milicos usurpadores são todos uns chibungos...

Na terra de Gregório de Matos, Cuica de Santo Amaro e Jorge Amado no máximo isto provoca uns risos agastados, mas um sujeito mal encarado parecendo um rato de esgoto nos contestou, nós não estávamos nem aí.

- Que nada ditador é tudo viado.

O cara saiu sorrateiro e pelo olhar dos frequentadores dava pra se sentir a opressão no ar, nos demos conta do perigo, engolimos mais um conhaque e nos mandamos sobressaltados. Os tempos eram paranoicos, este meu amigo era mais consequente e militou em estranhas maçonarias, a coisa era insignificante, mas posso considerar como a minha mais explicita contestação à ditadura, podia ter nos custado caro, aporrinhações e desmoralizantes sevicias.

Esta ridícula anedota ilustra bem a heroica e anônima resistência da nossa gente à opressão e que foi sem nenhuma duvida muito mais consequente do que a decantada luta armada de muitos heróis que agora se locupletam com a chamada bolsa ditadura, essa esdrúxula desonestidade moral e ideológica.

Soy latino americano e nunca vos engano.

De bicuda vou logo deixando claro o meu entusiasmo pela revolução cubana, o meu filho mais velho chama-se Camillo uma espécie de homenagem a Camilo Cienfuegos, por isso com o coração oprimido acompanhei a degeneração da revolução cubana, evidente que este espaço é exíguo para se aprofundar esta reflexão, mas a guerra fria e sua pax atômica era uma realidade histórica com suas graníticas certezas que contemporizavam estas degenerações.

O muro desmoronou e deliciosas duvidas deram um novo sentido ao mundo e as nossas vidas, antes Aldous Huxley nos apresentava uma única opção; ir para o inferno na Maria-Fumaça do comunismo ou no Trem-Bala do capitalismo. Agora a brutalidade pragmática dos EUA e China nos ameaçam, mas nos estreitos limites que a sintaxe e a capenga democracia nos proporcionam, parafraseando o velho Graça, os que pensam criticamente com ética devem espernear.

Posto isto, não vou dizer que me acomodava confortavelmente na omissão ou abstenção, mas saia sempre pela tangente quando questionado sobre a degradação da revolução cubana; “isto é briga de cachorro grande”, “tenho vontade de aparecer por la para me inteirar melhor da sua realidade”, e outras justificativas para a nossa natural tendência de nos solidarizarmos aos mais fracos.

Os irmãos Castro faziam as mais contraditórias estripulias para se manterem no poder que iam de encontro à concepção de ética e democracia dos tabaréus do Bom Sem Farinha, mas isto era um problema dos cubanos.

Verás que todo es mentira.

Verás que nada es amor

Que al mundo nada le importa

Yira! Yira!

Gardel canta cada vez com mais elegância, paixão e propriedade estes versos, não sei se sou de direita ou de esquerda, mas para usar um jargão que está na moda me sentirei representado por quem encarar de frente a nossa tragédia, mostrar com transparência nossas limitações e estiver disposto a arregaçar as mangas para trabalhar duro para supera-las, entendo que isto é ser de esquerda, por isso votei no Luis Inácio Lula da Silva.

“O governo Lula é uma esquerda de mentirinha.”

Sabem quem proclamou isto? Não foi nenhum opositor brasileiro, esta era uma anedota que circulava por Havana, portanto deve ter sido El Comandante en Jefe que a autorizou, em Cuba estas anedotas funcionam como uma chantagem de dois gumes, pressionam supostos aliados e galvanizam um nacionalismo ufanista rastaquera, na famosa crise dos mísseis em 62, depois que Kruschev se acertou com Kennedy os muros de Havana foram pichados; Kruschev é Maricon!, Então esta demagogia populista de importação dos médicos cubanos pode ser entendida também como uma espécie de chantagem ideológica dos dois chibungos caquéticos do Caribe sobre seus parceiros anti-comunistas do nosso Brasilzão. É de morrer de rir.

Fidel e Raul sabem que Lula é um anti-comunista primário e fanático instrumentalizado pela sacro santa igreja católica apostólica romana. Lula e o PT cultivam uma mal disfarçada raiva mortal aos dois chibungos caquéticos do Caribe, como a economia cubana tá matando cachorro a tapa e como convém ao fascismo tupiniquim posar de esquerda, então celebram este tratado escravista, mais patético, mais infame do que o famoso acordo Molotov-Ribbentrop. É de morrer de rir.

A longo prazo tem alguma vantagem para o Brasil, vai funcionar como uma espécie de vacina os pobres diabos dos médicos cubanos libertos por fim do medo, podem nos alertar contra a infâmia de se viver no totalitarismo absoluto, mas no momento comporta uma infâmia inaceitável, qual seja; a de deixarmos o nosso solo ser conspurcado pelos meganhas da policia política cubana que vem vigiar seus compatriotas, minha parca cultura política não registra nenhum outro pais que tenha abdicado de sua soberania de forma tão infame, aceitar meganhas dedo-duros de uma ditadura em seu território, bom... Temos o precedente da famosa Operação Condor, mas pelo menos a coisa não foi feita tão às claras e a insanidade tinha uma coerência ideológica.

Bom, enquanto os dois chibungos caquéticos do Caribe exercitavam suas astucias em outros terreiros eu podia sair pela tangente numa camuflada solidariedade aos mais fracos, mas quando eles se metem na terra brasilis então têm que aceitar a nossa esculhambação democrática, façam chegar esta ideia aos que vão se tratar com os médicos cubanos; vamos dar um jeito de perguntar aos médicos cubanos se eles se eles sabem que os dois chibungos caquéticos do Caribe foram enrabados por guerrilheiros grapiunas? Exerçamos a criatividade inventemos detalhes picantes, o mal só pode ser superado através do riso, é um dever revolucionário rirmos dos dois chibungos caquéticos do Caribe. Até mais ver... ave! Liberdade.

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