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Artigos-->Luxúria -- 21/03/2002 - 12:08 ( Andre Luis Aquino) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Luxúria, SF , Incontinência animal; libertinagem; lascívia; sensualidade; dissolução; corrupção.



Eu achava que os bebês eram feitos aos poucos, a cada vez que eu fizesse, amor um pouquinho dele seria formado no meu ventre, por isso todas as vezes que me deitei, fiz amor com todo meu corpo, porque eu queria que meu filho nascesse perfeito e amado.

Mas infelizmente meu marido nunca foi honesto comigo, sempre mentiu para mim, sempre teve outras mulheres eu também sempre soube disso e mesmo assim o amava e esperava que o meu amor pudesse faze-lo agir de uma outra forma.

Casamos muito cedo, eu ainda nem sabia direito o que era a vida, tinha apenas dezesseis anos de idade quando perdi minha virgindade, nem sabia direito o que estava fazendo, apenas lembro de uma dor boa.

Meu pai descobriu e apanhei muito, tive que falar quem havia me deflorado e ele caçou meu futuro marido por toda cidade, morávamos numa cidade pobre do interior, éramos 12, 10 irmãos mais pai e mãe, sete mulheres, três homens, meu painho encontrou o moço e casamos obrigados.

No começo era horrível eu mal conhecia aquele homem, mas com o tempo fui me acostumando com a presença dele, ele sempre chegava bêbado em casa, derrubava tudo e vomitava pela casa, eu cuidava dele sempre, fazia chá e limpava a sujeira e depois ainda tinha que me deitar com ele.

Pode parecer uma vida horrível essa, mas eu gostava, não de sofrer, mas gostava de cuidar dele, com o tempo deixei de apenas curar suas bebedeiras, passei a conversar com ele e ele era sempre cheio de histórias para contar, era engraçado e até às vezes era carinhoso, claro que do modo dele, nunca me esqueço de como ele me pegava pela nuca para ir passear na praça ou nas feiras de Domingo.

Com o tempo pensei em ter filhos, mas eu nunca engravidava e isso fez ele ficar desgostoso comigo, passou a procurar outras mulheres e a me bater, me lembro de cada soco e tapa dele, de cada surra que ele me dava e de como eu não sentia raiva dele.

Mas um dia eu finalmente havia engravidado! Estava radiante de alegria, a vida tinha ficado colorida para mim, mas mesmo assim ele não ficou feliz, era porque tinha outros filhos com outras moças, mas eu não me importava, eu teria o meu.

Fiquei com medo que ele me batesse e perdesse o bebê, decidi fugir no dia seguinte, não deu tempo, naquele dia ele me surrou muito e eu perdi meu bebê...

Fugi daquela vida, fui morar em cidade grande, nem lembro como cheguei, dormi debaixo de viadutos, pedi dinheiro nos faróis, passei fome e perdi a conta das vezes que fui estuprada, até que um dia uma bala perdida me acertou bem aqui, no peito e fui parar no hospital.

Só me lembro das luzes da ambulância chegando, dos meus colegas de rua gritando, depois me lembro de um lugar todo branco, era como se fosse o seu para mim, aquelas pessoas de branco correndo de lá pra cá pareciam anjos, eu me sentia no céu, não sentia mais dor.

Quando sai do céu e voltei ao inferno das ruas eu era outra pessoa, forma muitas semanas no céu, agora eu tinha um emprego, uma vida.

Ganhei um teto para morar, um abrigo, cheio de gente boa, mas logo sai de lá, aluguei um cantinho para mim, até que um dia passando por uma rua chamada augusta, como o meu nome, vi moças bonitas entrando em carros de moços novos, todos riam, pareciam felizes, pensei que ali encontrasse a felicidade e fui em busca dela.

As poucos ganhei meu espaço e fui me tratando até ter uma boa embalagem para ser consumida por aqueles rapazes, ganhei muito dinheiro e pouco amor.

Hoje ainda não tenho filhos mas ainda acredito que os bebês sejam, feitos aos poucos, cada vez que a gente dorme com alguém, uma parte dele se forma no nosso ventre, mas só se tiver amor.



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