EM SILÊNCIO
Em silêncio minha alma passeia,
Em sonhos possíveis e impossíveis.
Vivendo amores calmos e ardentes.
Transformando ruídos em som de harpas.
Ela observa...
A criança que dorme,
A mulher que chora,
O homem valente,
O velho que sofre,
A natureza viva e morta,
O sofrimento da dor da morte,
A agonia do amor ausente,
A fome no mundo, que tantos sentem,
A entrega do doente que tanto sofre,
A violência que nos amedronta,
A falta de fé que perdemos.
Ela quer conhecer...
A pureza de uma criança que brinca,
O coração forte da mulher que ama,
O olhar do homem que se apaixona,
A alegria do velho em relembrar o passado,
A beleza da criação que nos faz vivos,
Os mistérios do céu e da terra.
Ela quer acreditar...
Que depois da morte, à vida,
Que só um novo amor substituirá o ausente,
Que quanto mais doamos, menos fome passará o mundo,
Que com o carinho, menos o doente se entrega,
Que na união e na paz venceremos a violência,
Que com a fé, a esperança cresce e floresce.
Que vale mais o espírito que a matéria.
Ela quer saber o porque...
De sermos cheios de vaidades,
De coração ser tão vazio de amor,
De sermos tão entregues a futilidades,
De sermos tão insensíveis com o próximo.
Ela quer aprender
Com o velho só, sentado no banco da praça,
Com o prazer da mulher carregando no ventre uma vida,
Com a lágrima que rola na face de um homem,
Com a alegria e a pureza de uma criança.
Minha alma quer cantar junto ao canto dos pássaros...
Viajando pelo mundo com o vento que passa...
Lavar as almas com as gotas da chuva...
Aquecer corações com os raios do sol.
Minha alma hoje procura aprender, conhecer, entender,
O Mundo e a Humanidade.
E em silêncio ela hoje celebra ao descobrir,
Que dentro dela tem muito amor
E que em tudo o amor de Deus está presente.
Cleide Yamamoto.
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