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Ensaios-->Francisco Julião – Nem na lei, nem na marra -- 28/04/2014 - 14:54 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

 

 

Especial Veja: Francisco Julião – Nem na lei, nem na marra

Publicado na edição impressa de VEJA

FRANCISCO-JULIAO-1961-107

Foi como se nada tivesse acontecido do lado de fora da Câmara. O deputado pernambucano Francisco Julião, do Partido Socialista Brasileiro, líder das Ligas Camponesas – a entidade que cresceu defendendo salários justos para os trabalhadores do campo, caixões mais baratos para as crianças ceifadas pela alta mortalidade infantil e a reforma agrária (“na lei ou na marra”) –, fez na tarde de 31 de março de 1964 seu último discurso antes do exílio. “Quero desta tribuna dizer que quem está nas ruas não é a revolução, é a contrarrevolução. (…) Não há de ser um banqueiro que vai salvar o Brasil. Quem vai salvar o Brasil é seu povo, são os trabalhadores, a sua gente humilde.” Foi aparteado uma única vez pelo deputado Adauto Cardoso, da UDN, que se ergueu para dizer que seu partido “não anistiaria os promotores da anarquia”.

 

Daquela tarde até 7 de abril, Julião passou os dias fechado no Congresso. Quando viu que a prisão era iminente, salvou-o uma carona no táxi do mesmo Adauto Cardoso. Numa folha de jornal, Adauto rabiscou um bilhete a Julião: “Está tudo perdido”. Na primeira etapa rumo à fuga que o levaria ao México, Julião foi parar – disfarçado, com codinome Antônio – numa manifestação em Belo Horizonte convocada pelo general Mourão Filho e pelo governador Magalhães Pinto, o banqueiro.

Julião e as ligas ganharam destaque internacional numa série de artigos do New York Times de 31 de outubro e 1º de novembro de 1960 escrita pelo jornalista Tad Szulc, que depois se tornaria um respeitado biógrafo de Fidel Castro e João Paulo II. Um trecho: “O surgimento de uma situação revolucionária é cada vez mais nítido por toda a vastidão do Nordeste brasileiro, golpeado pela pobreza e afligido pela seca”. Para o sociólogo Josué de Castro, que fazia a cabeça da esquerda naquele tempo, as linhas escritas por Szulc poderiam ser comparadas a “uma segunda carta de Pero Vaz de Caminha”.

O Nordeste virou preocupação para o governo dos Estados Unidos. Grupos de parlamentares começaram a visitar o que parecia uma Cuba em gestação, inclusive pelo treinamento de guerrilha dado a militantes da liga. Na verdade, quando o golpe eclodiu, as Ligas Camponesas já tinham sido enfraquecidas pelo próprio governo Goulart, que irrigara o caixa dos sindicatos. Em seu derradeiro palavrório, Julião anunciou “dispor de 500 000 camponeses para responder aos gorilas”. Nenhum camponês apareceu para o enfrentamento. Nem na lei, nem na marra.

Colaboradores: André Petry, Augusto Nunes, Carlos Graieb, Diogo Schelp, Duda Teixeira, Eurípedes Alcântara, Fábio Altman, Giuliano Guandalini, Jerônimo Teixeira, Juliana Linhares, Leslie Lestão, Otávio Cabral, Pedro Dias, Rinaldo Gama, Thaís Oyama e Vilma Gryzinski.

 

 

MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964

Uma seleção de artigos. Imperdível!

 

http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=12991&cat=Ensaios

 

 

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A transcrição do livro de Tuminha pode ser vista em http://pt.slideshare.net/CelsoDaviRodrigues/livro-assassinato-de-reputaoes-tuma-junior

 

Leia os textos de Félix Maier acessando:

1) Mídia Sem Máscara

http://www.midiasemmascara.org/colunistas/10217-felix-maier.html

2) Piracema - Nadando contra a corrente (textos mais antigos)

http://felixmaier.blogspot.com/

 

3) Piracema II – Nadando contra a corrente (textos mais recentes)

http://felixmaier1950.blogspot.com/

 

 

Leia as últimas postagens de Félix Maier em Usina de Letras clicando em

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Para conhecer a história do terrorismo no Brasil, acesse:

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