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cronicas-->Sobre: Produção literária de Luiz Fernandes da Silva -- 03/10/2002 - 14:33 (m.s.cardoso xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Comentário à produção literária de Luiz Fernandes da Silva:
Por: maria do socorro xavier

Poeta paraibano detentor de diversos prêmios no àmbito nacional em prosa e verso;.colaborador de vários jornais e revistas do Brasil e do exterior. Editor do premiado jornal alternativo "Correio de Poesia" e da "Revista Borboletras".
Lista-se os trabalhos de Luiz Feranandes: 1 - Poemática, 2 - Harmonia (Antologia Internacional), 3 - Enquanto o sono não vem, 4 - Caderno de Poesia no. 1,2,3; 5 - Balada de um Instante; 6 - Cosmogonia; 7 - Saudades; 8 - Poesias Brasileiras 1,2,3 e 4; 9 - Cadernos de Haikai; 10 - Breves Poemas; 11 - Um Pouco sobre Fernando Pessoa (Ensaio); 12 - Vertígem; 13 - Rodízio; 14 - Rabiscos Poéticos; 15 - Perspectivas Poéticas; 16 - Miragem; 17 - Momentos; 18 - Alguns Poemas; 19 - Poetizando em íbero América; 20 - Poemas do Agora; 21 - A palavra e suas funções; 22 - Caderninho de Poemetos; 23 -6 Poemas; 24 - Um pouco sobre Magela Cantalice; 25 - Universo Poético de Magela Cantalice; 26 - Poesia Contemporànea Paraibana (Antologia do Sebo Cultural); 27 -Explosões do Cotidiano; 28 - Inventário Noturno- poemas (2o. lugar no concurso nacional de poesias-R.G.do Sul); 29 - Invenções;30 - Caderno de Poesia no. 5; 31 - Gilberto Freire (Ensaio); 32 - Outros poemas (em preparo).
Vem a lume, a cada ano, mais "fazer" poético de Luiz Fernandes, sempre falando dos objetos dos desejos, das múltiplas emoções. Sua poesia avança em vários sentidos. Escrever para o poeta é prazer, vício, verdadeiro sacerdócio, numa "planície verde sem limite".
"Poemas do Agora" é hoje e sempre, vida buscando vida. Tem medo do silêncio da solidão, povoando-a com poesia oculta no recóndito da alma. Seu escrever é a mais forte ferramenta para decodificar mundos Rompe a amargura do silêncio, dando sentido a gravitação do dia, cujo tempo soluciona tudo em "Enigmas". Neste bloco, "Poemas do Agora" encontramos de tudo, um pouco: alegria, tristeza, amor, solidão, silêncio, remorso, lembranças da infància. "Em transe" : atravesso os instantes, brinco dentro de uma caixa cheia de palavras e reajusto os teoremas da linguagem". Em "SOS Mundo" : o mundo me chega pelo lenço luminoso que vem da memória/ neste planeta desonrado/ que carrega papel higiênico/ para limpar minha consciência".Enfim qual o poema mais bonito deste livro? Há em todos, transcendentalidade e realismo. O diáfano e o oculto da construção em ampla produção poética, crescentemente sem tempo para findar.
As reminiscências urbanas e genealógicas povoam as ilhas imaginárias num mundo feito de "abandono, lágrima e dor" em "Cantiga". A memória topográfica da terra é um esqueleto urbano, palco de montagem na infància e desmontagem na vida adulta: "Anoiteço nos olhos da cidade, capturo a memória e decifro o mundo com minha vi(são)".Em "poema histórico": vasculho gavetas e armários; como se vê o poeta utiliza belas metáforas.Dilacera-se para doar-se, "ter o que dar". Há um entrelaçamento da realidade com o lirismo, do existencial predominando sobre o social, que vez por outra, aparece nos temas, a exemplo de "Agora", "S. O S. Mundo", "Lembranças do Sanhauá" e outros.
No livro "Momentos", a poética de Luiz Fernandes é predominantemente existencial e filosófica. Adentra-se no ego e super-ego trazendo à tona , rompendo barreiras, no qual a palavra envolta por um sentimento muito profundo, seja da vida passada, presente, de indagações em torno do ser e esperanças calcadas na infància. Abunda em metáforas: borboletas mecànicas, lactea argila, blocos imaterializados, monograma estrangulado, monstruadas noites e outras, saindo do lugar comum para dar maior força ao rico imaginário.
As recordações do passado, da infància, com suas cicatrizes do tempo, fecundam inconscientemente as noites de vigília, rodando num carrossel cheio de lembranças e liberdades em expectativas do amanhã. Há um grito latente nos versos, submersos em prantos pelo oculto dos porões que adormecem as gerações, fixando o "presente momento". A sensualidade envolta em mistério no poema "Acordando ou uma mensagem distante", atesta que o poeta encara o amor com o coração e com o corpo, holisticamente.
O autor mesmo nos "Desesperos" faz uma catarse, prefere crucificar-se distribuindo afeto a todos. Há poemas muito profundos neste livro, vale ressaltar: Cicatrizes do tempo, Uma mensagem distante, Desespero, Declaração, Insónia de um Sonho, Confissão Noturna, Visões do tempo. Adentremos nestes versos tão profundamente existenciais e simbolistas: "em cada olhar a liberdade e o adeus dos sonhos/ há um mistério adormecido nas gerações/ memórias submersas em prantos/ em transe busco uma nova palavra para enxergar a existência da sua imagem/ levando as mãos para o alto deixo entrar nos olhos a pureza do dia/ As avenidas se cruzam e fazem esquinas dentro do meu ego/ Sou como um continente vertente que ninguém sente/ sou um mundo submergindo sob o peso das asas/ Sonhei de olhos abertos e vi a margem da vida/ o meu caminho".
A poesia de Luiz Fernandes, como sinaliza, trás sempre uma mensagem horizontal, cósmica. É esse iluminar de caminhos.
Em "Borboletras" Luiz Fernandes é uma metamorfose, no qual a borboleta invade, enchendo os espaços de primavera e em transe, busca novas palavras para enxergar as imagens coloridas e ou lúgubres, à espera de novas codificações. É um fervilhar de idéias e sonhos que contaminam com sua verve fertil e original.
Tanto no "Correio de Poesia"-[jornalzinho mimeografado, xerocado] idéia e produção alternativa do poeta Luiz Fernandes]editado com parcos recursos próprios e sem fins lucrativos, qual já atinge mais de 400 números, - como em "Borboletras": cadernos de poesia, 15 números aproximadamente - o poeta divulga diversos autores paraibanos e nacionais, com os quais mantém intercàmbio lítero-cultural. Assim Luiz Fernandes extrapola o individualismo e presta serviço de inestimável valor à todos os recantos deste Brasil, com tantos poetas, mas sempre sedento de poesia! Onde há um poeta, Luiz Fernandes abraça-o, vai ao seu encontro e o estimula, divulgando trabalhos de todos.
A literatura paraibana ganha pela palavra e pela emoção estética, e, acima de tudo, pela profunda penetração interior, na qual o poeta dignifica a arte de Euterpe. Ressalte-se além da beleza poética intrínseca, a naturalidade com que trata diversos temas, sem convencionalismos, como fala no poema: "a gramática tem mágoas de mim, porque não desfruto dela".
Para não nos alongarmos mais, deixemos que o leitor, cada vez mais o redescubra; o poeta Luiz Fernandes é um verdadeiro talento promissor. A modéstia e simplicidade lhe adornam. Sua produção de boa qualidade, tanto estética quanto em profundidade - devassando vários campos semànticos, com lucidez, inquietação, imaginação fantástica, densidade de jogos verbais, sutileza e forte sentimento humano.

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