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Ensaios-->Práxis da arte no Brasil do PT -- 22/11/2013 - 10:59 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Práxis da arte no Brasil do PT

Ipojuca Pontes (*)

 

 "" 

O exercício da atividade artística no Brasil neste início de milênio transformou-se numa espécie de simulacro, sinônimo, a uma só vez, do embuste planificado, da pura e simples malandragem e da sistemática intrujice política/ideológica. Sem meias palavras, o ativismo das artes trafega entre nós por força do “Estado Regulado”, de natureza socialista, em conluio com um corporativismo de fazer inveja ao “fascio” de Benito Mussolini, e a partir do qual se formata um rumoroso calendário de eventos culturais para a profusão de artefatos oficialmente tidos como obras de arte.

 

Falar em “Estado Regulado” não é figura de retórica. Para o teórico comunista Antonio Gramsci, “Il Gobbo”, impulsionar a “revolução passiva” significa empenhar o governo na administração da cultura. E o que diabo vem a ser “administrar a cultura”? Antes de tudo, a ocupação de todos os espaços institucionais pelos agentes do partido de classe (“moderno Príncipe”) com o propósito de subverter o universo das relações morais, intelectuais e históricas prevalecentes no seio da sociedade.

 

Segundo o receituário do comunista italiano – cujo pai, Francesco, esteve preso cinco anos por extorsão e peculato -, cabe ao “intelectual orgânico” bombardear corações e mentes tendo como alvo a criação de um “novo” senso comum que desvincule o indivíduo do seu passado (identificado criticamente, nos obscuros “cadernos” de Gramsci, como algo “velho” e reacionário). No seu projeto demoníaco, de raiz marxista, o fanático pretende nada menos que destruir os laços que unem o homem à civilização ocidental e, por consequência, no plano estético, liquidar com os valores e os padrões artísticos estabelecidos ao longo dos séculos pela humanidade – coisa hoje levada ao pé da letra no solo tupiniquim.

 

No plano religioso, para varrer a noção de Deus da face da terra, o Corcunda projeta a verdade unidimensional do partido de classe (revolucionário) como substituto, nas consciências, da divindade ou do imperativo categórico (lei moral), para a secularização absoluta das instituições sócio-políticas (Estado) e da cultura.

 

Vale tudo no imbróglio valorativo que toma conta do espaço cultural caboclo. Por exemplo: nas redações, cátedras, mídia televisiva, etc., o culto do “novo”, administrado pelo “intelectual orgânico”, procura impor ao senso comum a troca referencial de Dostoiévski por Milton Hatoum; Dante Aleghieri por um “coletivo” de poetas de vanguarda; Picasso pela “arte visual” de Sebastião Salgado, e a obra de Wolfgang Amadeus Mozart pela “genialidade musical” de Chico, Caetano e Gil.

 

Na prática, a formatação desta “práxis” destruidora se esgota no lançamento de magotes de filmes engajados ou descartáveis, megashows de rock em arenas ululantes, sucessivos espetáculos de música, teatro, dança, exposições de artes plásticas e, em escala crescente (ainda em processo de institucionalização), nas performances de arteiros que fazem da própria carcaça a “body art”. Tudo, é claro, sem esquecer o desempenho dos Black Blocs que, no quebra-quebra premeditado das manifestações de rua, expressam, no entender da crítica de vanguarda, a “radical linguagem da cultura punk”.

 

Mas o leitor não se engane: por trás da incessante “febre de criatividade” nativa, encarada como transformadora, ergue-se (nem sempre de forma sutil), a vontade do Estado Regulado empenhado em controlar, promover, selecionar, financiar, premiar e punir (pela exclusão econômica e o silêncio) as artes nacionais, todas submissas à gerência institucional de comissários djanovistas, conselhos de classe e burocratas militantes da causa.

 

A realidade é uma só. Na total ausência de produtores genuínos ou mecenas reais – todos triturados pela ação do Estado Regulado (entre eles, a figura do falso capitalista Eike Batista, banido pro tempore das bilionárias benesses do BNDES), – dir-se-ia que a prática do que aqui se tem como atividade artística sobrevive acuada entre os prazos dos editais lançados pelo comissariado e a ânsia de servir aos cânones ideológicos oficiais na perspectiva sempre renovada de navegar no mar venturoso da grana fácil (subtraída, por força de lei, do bolso do contribuinte).

 

De fato, a dependência da clientela é total, ninguém quer ficar de fora da parasitária roda da fortuna: “animadores culturais”, produtores do showbizz, artistas consagrados e de “prestígio”, iniciantes, bandas musicais, grupos alternativos, empresários de ocasião, especialistas em leis de amparo à cultura e captação de recursos, associações de classe, sindicalistas, ongueiros, performáticos, militantes dos “movimentos sociais” e corporações partidárias etc. – todos, formando legiões famintas, se voltam para o patronato do Estado que os mantém (como crianças) eternamente à mercê das tetas dos cofres públicos.

 

(De como a atividade artística se abastardou nas mãos do Estado Regulado e do supercorporativismo é assunto que abordaremos no próximo artigo).

 

(*) Ipojuca Pontes, ex-secretário nacional da Cultura, é cineasta, jornalista e escritor.

 

 

 

Leia o livro de Olavo de Carvalho

“O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota”

 

Leia os textos de Félix Maier acessando:

Mídia Sem Máscara - http://www.midiasemmascara.org/colunistas/10217-felix-maier.html

Piracema - Nadando contra a corrente (textos mais antigos) - http://felixmaier.blogspot.com/

Piracema II - Nadando contra a corrente (textos mais recentes) – http://felixmaier1950.blogspot.com/

  

Leia as últimas postagens de Félix Maier em Usina de Letras clicando em

http://www.usinadeletras.com.br/exibelotextoautor.php?user=FSFVIGHM

 

Para conhecer a história do terrorismo  no Brasil, acesse 

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