A letra p , que problema,
insiste em se imiscuir
na palavra imunidade.
Pensar em p , que dilema,
traz pedigree, traz propina.
É o mesmo p de Pará,
de política mofina.
Mesmo p de peculato,
de polícia, padre e papa,
é o mesmo p de paspalho,
de pilantra e de pecúlio,
politicagem-da-grossa,
não se perdoa, se pilha,
não se pergunta, se pune.
P de prosa e de paródia,
de pereba e presidente,
presídio, perjúrio e pátria,
de pecador, de partido,
de pobreza e de pacato.
É o p de poucavergonha,
de parlapatão, de pompa.
É o mesmo p , quem diria,
de pérola e porcaria,
de pinimba e precatórios,
de pentelho e de problema,
de pó-de-mico e de pemba,
de pirulito e pilantra,
de penico, podre e pasto,
Pensão, palito e porteira,
é o p de proa e de popa,
p de porra e patota,
de pato desarranjado,
pelamordedeus, pernalta
de pelego e dePutado,
de professor e povinho.
De puxa-saco, de potro,
pracinha, pirata e puta,
de pinéu, prosa e poesia.
É o p de privataria,
de papo, de piparote,
de pergunta e de pinote,
de pernas-pra-que-vos-quero.
De "por que não", "por que quero",
p de predador preclaro,
esse p de putaria,
não larga dessa mania,
pecado e necessidade,
deixassem, se imiscuiria
na palavra "imunidade". |