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Ensaios-->Doente pra moça -- 22/10/2013 - 10:55 (Brazílio) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Era a expressão singela e eufemística que Justiniana usava pra definir

aqueles rapazes que não se casavam. E nem queriam saber de moça. Não a

empregava assim abertamente. Chegava a virar o rosto prum lado, semicobrir

a boca para a proferir. Quase que com reverência.

E o exemplo mais flagrante dessa definição era o moço da padaria,

o Segismundo. Todos o conheciam pela fineza de suas maneiras, as

sobrancelhas negras e bem delineadas e os cabelos lustrosos e ondulados de

dar inveja a um iniciante Elvis.

E pouco se o via de fora daquele balcão em que ele passava os dias vendendo

pão e sorrisos. Mais pros meninos. Ou dos meninos. Mas quem ficavam

encantadas com ele eram as senhoras solteironas, já de uma certa idade,

assim como Justiniana, ou sua irmã Alenita - mais sociável e mais jeitosa -

que contava de suas prosas com o moço da padaria. Que lhe falava com certo

orgulho e sem pudor de suas habilidades domésticas: o tricô, o crochet.

Quando a padaria fechou, foi a vez do mundo se abrir para Segismundo: abriu

seu próprio negócio, um salão de beleza. Já não era mais o encantador e

guapo moço que servia cafezinhos daquela máquina cromada 'Maracanã',

nas xicrinhas branquinhas e que se comprazia em embrulhar baguetes de

todos os tamanhos para os fregueses. Havia mudado: os cabelos deram

lugar a uma cabeleira, os dentes recauchutados mas ele se sentia em seu

elemento, pintando e fazendo cabeças. E pronto para atender a sessão

noturna, enquanto sua zelosa maman cochilava em frente à tv - apesar de

toda a faceirice de Yoná de Magalhães
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