Vós sois a terra que em prantos, brancos e negros acolhestes como filhos usurpados.
Vós sois o seio de tanta riqueza, cujo penhor do povo, hoje, é miserável.
Pátria amarga, quem com tanto amor te cria ?
Maria.
E quem vem ao teu seio sangrar ?
Não devias tu ser mais valorizada, do que vilipendiada ?
Tantas foram às noites, que paristes inconfidentes a te libertar das garras corsárias e assassinas .
Vale lembrar que a liberdade nasceu no império e que a República teima em negar.
Eis aí o brado do Ipiranga, a se envergonhar da sorte que a nação emana.
Eis aí o lado, que a justiça engana.
Eis aí os herdeiros famélicos a vivenciar a dor e a incerteza do futuro, que há tempos pertence ao nada, obedece a uma realidade sórdida.
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