Zé Ferro te destempero
Mesmo sendo conterrâneo
Peba é bicho muito macho
Maior que o mediterrâneo
No meu gogó cê não gruda
Vai ter que pedir ajuda
Ou vou rachar o teu crânio
Canto e canto muito bem
Muito melhor que você
Mostrando essa quadrinha
Vai ter muito a aprender
Se você é uma galinha
Eu sou o dono da rinha
E vou te mostrar porque.
Eu rimando tenho o dom
Porem o cordel não meço
É coisa pra engenheiro
versejar né retrocesso
O cheiro que você sente
Deve ser do meu repente
Vá constatar, eu lhe peço.
O ferro velho enferruja
Fica bem enferrujado
Depois ele se desmancha
Ficando prejudicado
Se lixar, passar zarcão
Altera a composição
O ferro fica ferrado.
Cê parece entender
Muito bem de aço duro
Sabe deixar ele mole
Já vi qual é seu futuro
Se o bicho for revivido
Pra você qué prevenido
E gosta do bicho puro
Meu aço só tem tempero
Do tipo que mulher gosta
Se o amigo for duvidar
Na certa perde a aposta
Eu só entendo de dama
Faço o tempero na cama
Bem quente, mas nunca tosta.
Eu sou meio ignorante
Mas só na metalurgia
Mulher, prazer e cordel
Eu traço com maestria
Você fica c’os metais
Só nisso cê é capaz
O resto dá Agonia.
Com esse teu cordelzinho
Não bate nem em criança
Se pensa em me vencer
Pode perder a esperança
Você vai sofrer bastante
Feito um pobre meliante
E apanhar na poupança.
Meu negócio com Lili
Com ela vou resolver
Se você já levou coice
Eu tenho dó de você,
Pois só em mim ela monta
Porque eu posso dá conta
Fica escondido pra ver.
Quem gosta de coisa mole
È velho sem dentadura
Essa potrinha arisca
Só gosta de coisa dura
Sai fora ferro malhado
Você não tem predicado
Comigo ela tem fartura.
A verdade falo sempre
Liberdade é o caminho
Ciúme é coisa pra trouxa
O que vale é o carinho
Cavalgamos imponentes
Estamos sempre contentes
Somos o queijo e o vinho.
Sou cavalo puro sangue
É boa minha linhagem
Com Zé Ferro não comparo
Se Comparar é bobagem
Quando fala o garanhão
Burro véi não Poe a mão
Vai precisar de bagagem.
Só se amansa uma potra
Com carinho no montar
Se ela se faz de difícil
Logo-logo vai parar
No cangote dou um beijo
Vou atiçando o desejo
Isso sim que é domar.
Não preciso de esmola
Porque já sou milionário
A cuia fica contigo
Que tem cara de otário
Eu só fiz uma romaria
Foi na casa da tua tia
Disfarçado de armário.
O meu padim padi Ciço
Meu santo do juazeiro
Não precisa me ajudar
Pra mandar nesse terreiro
Mando embora Zé Ferro,
Pois basta eu dá um berro
Prele se tremer inteiro.
Eu já tô aqui de volta
Não precisou de um dia
Eu vim com sete pernas
Pra acabar tua alegria,
Pois comigo a barra pesa
Vá logo fazer sua reza
Lá na sua estrebaria.
Manezinho de Icó
e-mail: menezim.ico@bol.com.br
Toda essa celeuma foi por causa da potranca Lili que desperta paixões violentas e sangrentas. Te lembra disso Lili?
Prezado amigo Zé Ferro. Fiz algumas modificações nesse cordel desde o original, tirei as partes ofensivas demais, sem mexer muito no conteúdo; caso ainda tenha algo que lhe desagrade, me fale que retiro. Esse cordel se não me engano foi em resposta a algo que você escreveu primeiro. Comece por ele e depois faça a resposta desse.
