William Faulkner é um daqueles autores -- como James Joyce, Vírgina Woolf e Marcel Proust --, cuja obra não é para o grande público. São histórias complexas que exige do leitor absorção e uma grande capacidade de concentração a fim de digerir os longos períodos tão comuns nos fluxos de consciência dos personagens. No entanto, o leitor que consegue desbravar as obras de Faulkner é recompensado com um prazer sem igual. Pois os personagens vivem uma realidade tão intensa que quase podemos senti-los em carne e osso diante de nossos olhos. Não por acaso, ele é considerado um dos maiores escritores dos EUA no século XX cujo reconhecimento veio com o Prêmio Nobel de 1949. “Sartoris”, “O Som e a Fúria”, “Enquanto Agonizo”, “Santuário”, “Luz em Agosto”, “Absalão! Absalão!”, “Palmeiras Selvagens”, “A Aldeia”, “Uma Fábula” e “Os Desgarrados” são suas principais obras. Abaixo, um trecho de “Enquanto Agonizo”: romance que conta os incidentes da viagem que os Bundrem fazem à cidade de Jefferson com o caixão da mãe para que seja enterrado lá. A história é contada através do ponto de vista de cada um dos personagens.
“Às vezes não tenho tanto a certeza de quem tem o direito de dizer quando um homem é louco e quando não é. Às vezes penso que não há ninguém completamente louco tal como não há ninguém completamente são até a opinião geral o considerar assim ou assado. É como se não fosse tanto o que um tipo faz, mas o modo como a maioria das pessoas o encara quando o faz.”