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Artigos-->PERFIL: MARCIA NADYA DURO MELLO -- 01/08/2013 - 16:14 (Paccelli José Maracci Zahler) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Por Paccelli José Maracci Zahler



Professora dos ensinos público e particular, aposentada, escritora, poetisa, natural de Bagé, RS



RCC.A senhora participou do Grêmio Estudantil do Colégio Estadual Dr. Carlos Kluwe. Sua formação deu-se exclusivamente em escolas públicas?



Márcia. Minha formação foi, exclusivamente, feita em escolas públicas, de grande renome na época e com o núcleo comum (vigente nos currículos em todo o Brasil) e a parte diversificada de grande qualidade, atendendo às demandas locais e regionais, onde se propiciava grande participação estudantil, embora os tempos fossem difíceis, para expressarmos os nossos valores e ideias. A participação em movimentos estudantis, no meu caso, foi envolvendo a filantropia e o social, em meios de comunicação, ainda que os ideais políticos fizessem plano de fundo; mas,sempre, tangendo e visando a promoção da escola e a projeção do Grêmio na comunidade local.



RCC. Sempre houve uma rivalidade entre o Colégio Estadual e o Colégio N. S. Auxiliadora. A senhora chegou a viver intensamente esse período?



Márcia. Evidentemente, que rivalidades, numa pequena cidade como a nossa, existe e vai continuar, porque a concorrência pela clientela é notória, pois uma escola particular não sobrevive se não matricular determinado número de clientes. Mas o Colégio Estadual era composto, na época, por um grupo de docentes da melhor qualidade e o Colégio N. S. Auxiliadora, também, com o diferencial de que este último era pago e só entrava nas escolas particulares, naquele período, quem, realmente, tinha como pagar, o que não é o caso de hoje. Essa rivalidade, a que se refere a pergunta, se relacionava a melhor banda, ao colégio mais bonito, à escola com o maior número de alunos,ao número de eventos que uma ou outra promovia e a outros acontecimentos de vulto na comunidade.



RCC. Durante a sua Licenciatura em Letras, a URCAMP ainda não era universidade, mas FAT-FUnBa. A senhora sentiu algum preconceito em relação a esse fato após a graduação?



Márcia. Não, absolutamente, não senti preconceito para os horizontes que tinha projetado no plano profissional. E, ainda, sentia orgulho de ter sido aluna do curso de LETRAS daquela época, em que, segundo os professores , um currículo de boa qualidade predominava.



RCC. Como foi a sua experiência como professora da Escola Estadual Dr. Félix Contreiras Rodrigues?



Márcia. Foi uma das mais ricas experiências pelas quais passei, porque fui supervisora escolar, professora de currículo das séries iniciais, professora no fundamental, professora no ensino de adultos e adolescentes e, ainda, promovi a reforma de disciplinas, a que a escola se propunha , na época.



RCC. Foi sua prática pedagógica no Colégio N. S. Auxiliadora que a levou a fazer pós-graduação na PUC-RS abordando o método educativo Dom Bosco?



Márcia. Sim, esta influência salesiana, na prática educativa, me impulsionou a me especializar nesta área específica do conhecimento, porque tinha “sede em saber” mais sobre o método de D. Bosco, tão atual sempre e tão revisitado pela evangelização.Foi, nesta pós-graduação, que posso dizer de consciência plena, que adquiri conhecimentos nunca dantes estudado.



RCC. Há alguma diferença entre o método Dom Bosco e outros métodos educativos tradicionais?



Márcia. Notoriamente, sim, pois um método utilizado, no século passado, se mantém ainda vivo e moderno, apenas se adaptando aos novos tempos, num novo olhar sobre a educação.



RCC. A senhora sempre esteve ligada à Igreja Católica. Fale-nos sobre sua participação na Pastoral Universitária.



Márcia. Sim, minha formação religiosa é profunda; meus pais, sempre, nos influenciaram a frequentar a Igreja Católica, como crença fundamental do ser humano.Então, todos os sacramentos foram consolidados na fé cristã católica e evidenciados numa prática sequencial e ativa.



RCC. Como foi seu trabalho no Projeto Rondon?



Márcia. Foi uma participação regional, onde era evidenciado o voluntariado em projetos de toda a natureza. Ali, naquele momento, percebi o engajamento político profundo, que todos poderiam ter, ao realizar determinada tarefa. Creio que o Projeto Rondon foi , naquele período, a atividade mais envolvente no meio social. E eu, idealista, como fui e sou, ainda, me engajei no trabalho com as crianças e os idosos.



RCC. A sua atividade literária começou na faculdade?



Márcia. Não, a composição literária foi uma catarse de sentimentos ao longo de minha vida, pois a motivação para escrever, eram as ebulições das impressões da alma, retiradas da realidade exterior a que presenciava. Nunca me conformei com as injustiças, com mentiras, com falta de ética, com falta de profissionalismo, e o contexto social era motivador, gerador de temas poéticos, que, até hoje, exploro.



RCC. A senhora colaborou com o extinto jornal Correio do Sul, com a Revista Sintonia Salesiana e com a revista Salesianito. Tais colaborações eram técnicas?



Márcia. Sim. No Correio do Sul, minhas publicações eram frutos dos estudos elaborados em sala de aula e em meios acadêmicos, comparando a literatura com as demais artes. Na Revista Sintonia Salesiana, fazia parte dos estudos do mês, em que se passava a limpo, todo o caráter educativo em questão. E, no SALESIANITO, eram resenhas de atividades extracurriculares, em que os educadores faziam parte essencial, pois a escola primava pela participação de todos na comunidade educativa.



RCC. A sua produção literária foi intensificada com a aposentadoria do magistério em 19 de dezembro de 2006?



Márcia. Praticamente, sim. Mas a grande produção literária , ainda, repousa nos guardados da adolescência e metade da vida adulta, em que tudo era motivo para reflexão e exposição de ideias, para denunciar determinado aspecto da realidade vivenciada.



RCC. Recentemente a senhora lançou o livro de poesias UM AROMA DE ROSAS, tanto na Feira do Livro de Porto Alegre quanto na de Bagé. Como a senhora avalia a receptividade dos leitores?



Márcia. Máxima! O retorno do livro foi um referencial de quanto as pessoas, ainda, gostam de poesias reflexivas, com assuntos cotidianos, de caráter diverso, sem aquele pedantismo de apelo amoroso ou sexual. Houve leitores que me disseram ter adotado o livro “Um aroma de rosas” como livro de cabeceira; claro, o que muito me agradou!



RCC. A senhora tem alguma preferência entre a poesia e a prosa?



Márcia. Atualmente, não, pois a grande discussão entre as fronteiras de uma prosa poética com a poesia são tênues, embora os academicistas insistam em dizer que poesia não é prosa, mas deve-se ter em mente que a prosa poética pode virar poesia.



RCC. Atualmente, a senhora vive em Porto Alegre. Pensa em retornar à Bagé algum dia?



Márcia. Penso em retornar à terra natal, como um filho pródigo que, um dia, retorna ao lar. Porto Alegre, no momento, é a ponte, é o aprendizado para uma transformação interior rumo ao crescimento pessoal, profissional, porque é um centro gerador de cultura, atualização e aperfeiçoamento em diversas áreas. Aprimoro minha prática poética com oficinas de criação literária, em diversos cursos na PUC e na UFRGS, nas livrarias com espaço destinado a isso. Sei que o caminho percorrido, ainda, é insuficiente para um aprendizado pleno, mas sei que a rota trilhada, foi decisiva para os progressos efetuados. Encerro dizendo que “sejamos puros como os lírios do campo, pois nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles...”



(Publicado na Revista Cerrado Cultural, www.revistacerradocultural.blogspot.com, ed. agosto de 2013)
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