No site www.verbo21.com.br, acabo de reler a opinião que emiti acerca do comentário de Francisco Carneiro da Cunha sobre "As Novas Roupas do Imperador", filme de Alan Taylor, com Ian Holm nos papéis de Napoleão e Napoleão.
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Caro Francisco Carneiro da Cunha,
depois de verificar a cotação "ruim" atribuída ao filme por 50 e tantos visitantes do portal Terra, e de saber que a crítica não viu com bons olhos este grande filme, e de discordar da classificação "comédia romântica" (meu Deus!), a leitura da tua resenha veio diminuir a minha solidão, o meu exílio como admirador desta obra.
Vi e revi o filme imediatamente, e espero revê-lo mais vezes. Penso escrever também sobre a experiência gratificante. É claro, agora podendo citar os teus comentários. Definitivamente, os críticos não parecem ter visto o mesmo filme que você e eu vimos.
Discordo da tradução do título. A anteposição do adjetivo foi um equívoco. O tradutor percebeu que havia ali um trocadilho. Mas tropeçou na desatenção. É claro que "As roupas novas do imperador" faria mais sentido, além de soar melhor. A interpretação de Ian Holm mereceria um Oscar. Ou melhor, não precisaria de Oscar nenhum. É demasiado genial para se juntar a tantos medíocres galardoados.
Em tempo: será que os críticos saberiam responder a uma antiga pergunta, que não quer calar desde as nossas infâncias: "De que cor era o cavalo branco de Napoleão?".
Vou começar o meu texto com uma menção ao "não" incluído pelo revisor à "História do Cerco de Lisboa". Esse "não", que deu ensejo à bela obra de José Saramago, é o mesmo que move este filme de Alan Taylor.
Raramente se vê distanciamento (fábula para cabeças dialéticas) e entretenimento (ainda Brecht) tão unidos numa só obra de arte. Ou estarei delirando?
A semelhança de Ian Holm com Napoleão deve ser a mesma que o próprio Napoleão tinha consigo próprio.