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Ensaios-->A falência do ensino da matemática -- 30/07/2012 - 16:28 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

A falência do ensino da matemática

Artigo no Fique Alerta – www.fiquealerta.net  

Por João Vinhosa

Em meados de 2011, recebi um telefonema de uma mãe, desesperada, perguntando quanto eu cobraria para dar aulas particulares de matemática para seu filho.

Ela tinha ouvido a entrevista por mim dada ao Programa Adilson Ribeiro, na Rádio Itaperuna. Em tal entrevista, eu havia me oferecido para ensinar matemática básica, gratuitamente, a grupos de alunos de escolas públicas. Além disso, na entrevista, eu havia afirmado que não dava aulas particulares em razão de um inconciliável conflito de interesses: a aula particular é cara para o aluno e barata para o professor.

Dona Gisele, a mãe do menino, disse que resolveu me procurar pelo fato de eu ter afirmado que os pais nunca devem culpar os filhos antes de verificarem as razões que levaram a criança a detestar a matemática, pois, na maioria das vezes, a culpa não é da criança, e, sim, de algum professor, o atual, ou um ex-professor.

Então, ela explicou-me que estava à espera do resultado do eletro encefalograma que havia mandado fazer no filho para saber se o menino tinha algum problema neurológico. Falou-me que já havia levado o filho ao oftalmologista, e o mesmo constatou não haver problema de vista. Informou-me, ainda, que mandou fazer tais exames no filho porque a professora havia afirmado que o menino, de apenas oito anos, tinha alguma deficiência que o incapacitava para a matemática.

Resolvi ajudar, sensibilizado pela perturbação que as “deficiências matemáticas” estavam causando na vida da família (a mãe já estava à beira de um colapso nervoso, e o filho já não mais agüentava a pressão a que estava sendo submetido).

Ao final, o problema foi resolvido a contento, e, como esperado, o resultado do eletro encefalograma também não detectou nenhuma anomalia. O menino é sadio. Como em outros casos semelhantes, quem precisa de médico é a professora.

O caso acima relatado me remete ao objetivo deste artigo, que é falar das deficiências do ensino da matemática. Tratarei, aqui, de dois aspectos do complexo problema: a qualidade dos livros distribuídos pelo MEC e o nível de capacitação dos alunos de escolas públicas.


Qualidade dos livros do MEC

Falarei do livro didático adotado para o 3° ano da Escola Chequer Jorge, de Itaperuna-RJ. Tomei conhecimento dele por ser o livro utilizado pelo jovenzinho de oito anos, que foi julgado incapaz de seguir os ensinamentos.

Tomei um susto com o livro de – pasmem! – 264 páginas. Repleto de figuras, desenhos e gráficos, o livro distribuído pelo MEC contém palavras e expressões que atemorizam os alunos. A seguir, darei alguns exemplos.

Na página 5, o livro apresenta os “ícones utilizados” para indicar “trabalhos com temas transversais” como “formação cidadã” e “pluralidade cultural”.

Na página 7, o livro indica o que será visto na unidade referente à “localização e simetria”. Coisas como “trajetos em malhas quadriculadas”, “simétrica de uma figura”, “padrões” e “mosaicos”.

Na página 41, é pedido para encontrar o resultado de uma adição usando a “reta numérica”.

Nas páginas 80 e 81, nossos pequeninos fazem uma viagem ao mundo dos “pictogramas”.

As páginas 204 e 205 são dedicadas a um estudo da “árvore de possibilidades”. Francamente, temi que o livro fizesse uma iniciação à análise combinatória. Meu temor não foi confirmado; no entanto, na página 260, o autor não resiste, e propõe o seguinte problema para a garotada de oito anos: “Com 2 blusas e 3 saias, quantas são as possibilidades de combinação para a escolha de 1 blusa e de 1 saia?”.

Após farta utilização de termos não familiares aos iniciantes – “ábaco”, “algoritmo usual da divisão”, “tempo de gestação dos animais”, “estratégia”, “simetria”, “polígono”, “vértice”, “gráficos”, etc. – o autor se supera, e, das páginas 250 a 255, leva a galera à loucura, ao apresentar coisas como “planificação de um prisma de base pentagonal”, “planificação de uma pirâmide de base hexagonal” e “planificação de um cilindro”.

Feito esses breves comentários sobre o livro que o MEC está distribuindo para nossos garotos de 8 anos, passo ao outro aspecto da questão.


Nível de capacitação dos alunos de escolas públicas

Em meados de 2011, me ofereci para aplicar, gratuitamente, um cursinho de matemática básica aos alunos que estivessem cursando o 8° e 9° período em dois determinados colégios municipais (Ligiéro e Nossa Senhora das Graças) localizados em Itaperuna-RJ.

A proposta era estudar toda a álgebra (equação de primeiro grau, sistema de equações e equação de segundo grau) e as ferramentas necessárias à resolução de problemas da matéria (frações, números relativos, potências, raízes, etc.), atentando para uma verdade incontestável: a principal razão das dificuldades encontradas no aprendizado de matemática é o fato de – para se entender determinada parte da matéria – ser necessário o conhecimento anterior de assuntos a ela interligados.

Resumidamente, dois foram os princípios obedecidos no planejamento do curso. Primeiro: a única maneira de uma pessoa se capacitar em matemática é “entendendo” a matéria, o que significa que não existem “métodos milagrosos”. Segundo: para que se “entenda” matemática de maneira rápida e eficiente, o estudo tem que ser feito “a partir do zero”, selecionando o que, de fato, é importante.

Para concretizar a proposta, escrevi todo o material didático na ordem que achei mais conveniente ao completo entendimento da matéria; além de trocar a ordem normalmente usada nas grades escolares, tirei todo o “lixo” do caminho.

Como os pré-requisitos para participar do cursinho eram o domínio das quatro operações e a capacidade de ler e interpretar pequenos textos (para saber o que um problema dá, e o que ele pede), os candidatos tiveram que se submeter a uma prova por mim preparada e corrigida. Em consonância com seu objetivo, a prova de seleção constou de vinte pequenos problemas a serem resolvidos em vinte minutos

Trezentos jovens, na faixa de 13 a 15 anos de idade, participaram da prova. 14 alunos foram selecionados, por terem acertado as 20 questões propostas. Por outro lado, uma preocupante situação ficou exposta: 197 dos 300 alunos que competiram não conseguiram acertar mais que 14, das 20 questões da prova.

Tal fato demonstra que 2 em cada 3 alunos não têm a mínima condição de entender as aulas de matemática que estão sendo dadas nos citados colégios, por melhor que sejam seus atuais professores.

Incontestavelmente, a culpa não é dos alunos, nem dos atuais professores, mas sim do sistema, que facilitou, em anos anteriores, a aprovação de alunos despreparados.

Pior: com toda a certeza, tais despreparados alunos serão “empurrados” para frente até fazerem jus às vagas reservadas no nível superior pelo sistema de cotas. Tudo, sob as vistas complacentes de nossas autoridades da área de educação.


Conclusão

Por certo, o problema que foi comprovado com essa pesquisa prática realizada junto aos jovens de escola pública de Itaperuna-RJ se repete por todo o país, formando uma geração prejudicada.

Diante desse cenário desolador, válido torna-se concluir: é impossível resgatar esses alunos – que, hoje, circulam como autênticos zumbis dentro das salas de aula – sem a disponibilização de um curso básico de matemática que seja rápido e eficiente.

Contudo, uma coisa deve ser ressaltada: em nenhum momento, o “entendimento”, aspecto indispensável ao domínio da Matemática, pode ser prejudicado pela busca da rapidez e da eficiência. E, devido ao fato de existir uma interligação entre diversas partes da matemática, tal curso deve capacitar seus participantes a partir dos conhecimentos mais elementares da matéria.


João Vinhosa é Engenheiro - joaovinhosa@hotmail.com

 

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