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Ensaios-->POEMAS DO MARIO -- 08/05/2012 - 09:17 (Mário Ribeiro Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
POEMAS DO MARIO



VERGEL

No meu lindo vergel de experiências,
Colho versos de amor e de saudade,
Vejo neles excelsa claridade
Dos sonhos meus e das reminiscências.

Passo horas e horas vendo estas essências,
Do meu jardim, da rica mocidade.
Busco aqui, busco ali sublimidade,
Todos são versos, são resplandecências.

Vivo dias e noites escrevendo
E minuto por hora vou relendo
Os versos que me traz a inspiração.

Extingue-se o prazer se perco um verso
E sinto toda a dor deste universo
Quando me falta a rima em perfeição.

(Fragmentos de MISCELANIA POETICA.
Recife: Acácia Publicações, 1973).



QUAL DOS DOIS?

Abandonou-me a vida displicente,
Fria, calada, sem medo e sem dó...
Aquela cuja vida tão somente,
Era meu coração, o meu Jacó.

Agora eu subo os montes tristemente,
Olho o rico passado, como Jó...
Ouço as desilusões na minha frente,
Que gritam com desprezo: siga só.

Como seguir assim sem coração?
Pois eu o dei com tanta devoção,
Com tanta devoção que não pensei...

Ó montanhas, ó gritos, ó passado,
Respondei-me: Fui eu abandonado?
Ou tive o paraíso e rejeitei?

(Fragmentos de MISCELANIA POETICA.
Recife: Acácia Publicações, 1973).



OS IDOS

Quando nos tempos idos, mas lembrados,
Meu coração fervia nas paixões,
Os meus versos riquíssimos, amados,
Eram versos de amor, de corações.

Mas hoje são meus versos repassados,
De tristezas, misérias, ilusões.
Meus dias de velhice, desfibrados,
Não me trazem senão recordações.

A Musa me fugiu do coração
E a dor se apoderou da minha vida:
Só faço versos tristes nesta lida.

Muitos lerão meus versos e dirão,
E dirão para todos, com certeza:
Este vate foi filho da tristeza.

(Fragmentos de MISCELANIA POETICA.
Recife: Acácia Publicações, 1973).


DESPEDIDA

Os anos são passados que chegamos,
No templo do saber, cultura humana,
E no momento em que nos retiramos,
Saudosos vamos desta caravana.

Na cidade ou sertão para onde vamos,
Morando num palácio ou na choupana,
Jamais esqueceremos quem amamos,
Na escola do saber, tão soberana.

Depois de conquistarmos a vitória
No templo do saber com tanta glória
É chegado o momento de partir...

E ficarão aqui eternamente,
Em nosso coração principalmente,
Saudades deste triste despedir.

(Fragmentos de MISCELANIA POETICA.
Recife: Acácia Publicações, 1973).



COSME VELHO

Quando contemplo as tuas obras primas
Escritor imortal, de que me ufano,
Eu não tenho nas minhas pobres rimas
Um termo que te cante e seja humano.

Do Romantismo sufocaste as cimas
Com coragem tal qual de veterano,
Pregaste o Realismo com seus climas
Pelo teu verbo forte e soberano.

Como se fosses ser divino-humano,
Passaste humildemente pelo mundo
Vencendo os homens com vigor profundo.

Mas como não venceste o teu engano,
Morreste então, sem fé, sem Evangelho,
No rico casarão do COSME VELHO.

(Fragmentos de MISCELANIA POETICA.
Recife: Acácia Publicações, 1973).



O CARNAVAL

A festa do Rei Momo está presente,
Por toda parte é visto o carnaval.
A miséria moral da nossa gente
Vai fazê-la chorar na hora final.

A festa do Rei Momo está presente,
Ó Senhor Deus, tu és mais que banal,
Para esse povo vil, tão indecente,
Que insulta, zomba e faz de ti um mal.

Ó Deus, se tu mandasses Cristo agora,
O que faria essa gente nesta hora,
Vil, descrente, imoral, no mundo atroz?

Ó Rio, depravado, inconsolável,
O teu povo diria, miserável,
Ó Corcovado, caia sobre nós.

(Fragmentos de MISCELANIA POETICA.
Recife: Acácia Publicações, 1973).



MEDO DAS TREVAS

Nos dolentes caminhos desta vida,
Parei chorosamente pra pensar:
Vi o passado- que grande ferida!
Vi o presente- que tempo vulgar!

Com quase a minha fé desfalecida,
Desvendei o futuro a me acenar:
Contemplei minha nau quase perdida,
Do encapelado mar se retirar.

Encosta, encosta, encosta foi meu brado.
Quando saiu meu grito desvairado,
A nau chegou ao cais lá no porvir.

Que tremenda visão eu tive agora!
Que sonho! Que beleza! Amável hora,
Pois acordei morrendo de sorrir.

(Fragmentos de MISCELANIA POETICA.
Recife: Acácia Publicações, 1973).



DOIS CORAÇÕES.

Quando nós pelas curvas dos caminhos
Andarmos lado a lado bem velhinhos
Não teremos sequer um só desejo.

Os nossos dias idos de paixões
Serão lembrados por dois corações
Que se esgotaram sempre no festejo.

E com nossos cabelos já branquinhos
Seguiremos enfim de tal maneira,
Que terminando nossa bel carreira,
Veremos bem de perto nossos ninhos.

E muitos dirão: Estes dois velhinhos
Passaram docemente a vida inteira
Plantaram sempre nela uma roseira
Que lhes deu flores e não deu espinhos.

(Fragmentos de MISCELANIA POETICA.
Recife: Acácia Publicações, 1973).
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