"(...) Nada há a fazer pois que estão brotando crianças trágicas como cactos / Da semente má que a carne enlouquecida deixou nas matas silenciosas / Nem plácidas visões restam aos olhos - só o passado surge se a dor surge / E o passado é como o último morto que é preciso esquecer para ter vida / Todas as meias-noites soam e o leito está deserto do corpo estendido / Nas ruas noturnas a alma da poesia, desolada e só, em busca de Deus."
[Excerto do poema "O Mergulhador", de Vinícius de Moraes.]
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E. C. F., 40 anos, soldador. Sem camisa e com um cinto na mão, foi visto por um casal por volta das 22h25, correndo nas proximidades do local. Está preso.
A. L., 35, desempregado, mora sozinho nas proximidades da casa onde viviam as meninas. Com várias passagens pela polícia, é apontado como suspeito pelos vizinhos.
L. D. C., 42, com problemas mentais, dez dias antes do crime foi visto rondando a creche onde as meninas estavam matriculadas, sendo um dos principais suspeitos.
S. P. M., 48, tratorista, portador do documento de identidade encontrado em cima de um dos corpos, está preso.
A., a crer no depoimento da primeira pessoa a encontrar os corpos, a garota de programa A. M. R., 17, teria estado no local do crime até as 20h10, tendo muito provavelmente presenciado o crime.
I. M. F. S., 32, trabalhador rural, foi apontado pelos vizinhos como suspeito, por ter o hábito de mexer com crianças nas ruas do bairro. Teria feito gestos obscenos para as duas garotas dias antes da tragédia.
E. V. G., 31, auxiliar de retífica, sem qualquer explicação teria estado na casa de uma das meninas no dia do crime.
F. A. B., 22, desempregado, é tido como suspeito pelo conjunto de suas atitudes e está preso.
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[Um ready-made: "Os oito suspeitos", salvo pequenas alterações estilísticas por mim realizadas, foi publicado pelo jornal Tribuna Impressa de Araraquara, in: Matão e Caderno Região, página 13, na sexta-feira, dia 27/12/2002.]
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