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Ensaios-->Descontrole da inflação e má gestão dos juros -- 28/04/2011 - 12:28 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Abaixo coloco a minha colaboração ao magistral artigo do meu querido amigo: Pensador Alfredo Marcolin Peringer.

 Moedas e Haveres Financeiros

 Média dos Saldos Diários - R$ Bilhões- Fonte BCB

Ano

BM

% PIB

M1

% PIB

M2

% PIB

M3

% PIB

M4

% PIB

2002

69,9

4,73

102,3

6,92

397,5

26,90

688,3

46,58

807,5

54,64

2010

197,4

5,37

279,5

7,61

1.346,5

36,63

2.534,7

68,97

3.021,7

82,22

Legenda:

 

BM = Base Monetária.

M1 = papel-moeda em poder do público + depósitos à vista.

M2 = M1 + depósitos especiais remunerados + depósitos de poupanças + títulos emitidos por instituições depositárias.

M3 = M2 + quotas de fundos de renda fixa + operações compromissadas registradas no Selic.

M4 = M3 + títulos públicos de alta liquidez.

 

Considerações

 

1) A base monetária teve um aumento nominal de 2002 para 2010 de 182,40% e aumento real em relação ao PIB de 13,53% no mesmo período.

 

2) Em função do multiplicar de base M1 (efeito multiplicador de crédito gerado no sistema financeiro), os meios de pagamento no conceito M4 tiveram um aumento nominal de 2002 para 2010 de 274,20% e um aumento real em relação ao PIB da ordem de 50,47% no mesmo período. Somente com muita austeridade e sofrimento o Brasil poderá controlar a inflação provocada pela orgia dos oito anos do governo Lula.

 

Ricardo Bergamini
(48) 4105-0832
(48) 9976-6974
ricardobergamini@ricardobergamini.com.br
http://www.ricardobergamini.com.br
www.ricardobergamini.com.br/blog

 

Senhores,

O artigo em anexo (e abaixo) fala sobre o descontrole inflacionário,   enfocando um ardil que já está sendo usado pelo ministro da fazenda, transferindo a culpa, de sua inteira responsabilidade, junto com o banco central, para os preços, fato que nos leva a imaginar uma nova versão dos famigerados "fiscais do Sarney"... 

Atenciosamente

Alfredo Marcolin Peringer

peringer@terra.com.br  

 

O descontrole da inflação e a má gestão dos juros

por Alfredo Marcolin Peringer*

 

Os rumores no País são de que o Ministro da Fazenda Guido Mantega só fica no governo se conseguir controlar a inflação.  Para se resguardar, Mantega eximiu-se de responsabilidade, transferindo o ônus para um pseudo “surto inflacionário mundial”. Mas não ficou só nisso. Responsabilizou também toda a sociedade brasileira, ao afirmar: “o país está preparado para controlar a ‘alta de preços’”. Já conhecemos esses ardis político-mercadológicos. Quer desviar a atenção da moeda, causadora da inflação, acusando os “preços”. Seria a reedição da famosa turma dos “Fiscais do Sarney”. Mesmo que se advirta o Ministro de que a inflação é um problema eminentemente monetário, como um desenvolvimentista confesso, não deverá corrigir o rumo. É bem conhecida a deficiência de saber dos meandros monetários do ministro. Acha que pode haver crescimento econômico via inflação monetária, ignorando que não se trata de uma evolução sustentada, mas de um inchaço, que logo redunda em queda da atividade econômica e em desemprego.  Temos que contar com o entendimento dos demais consultores da Presidenta de que os "preços" são consequência da má gestão da moeda pelo Banco Central, instituição, no caso, subordinada ao Ministério da Fazenda.

O fato é que a quantidade de moeda existente na economia pode (e deve) ser controlada pelos saldos da Base Monetária, agregado composto, em nosso país, pela moeda emitida e pelas reservas bancárias sob a guarda da autoridade monetária.  A título de ilustração, em março de 2011, o valor da base era de R$ 180,8 bilhões (média dos saltos diários), valor esse R$ 22,1 bilhões superior ao de março de 2010, experimentando acréscimo de 13,9%. Vários fatores contribuíram para essa expressiva alta, mas os principais foram as operações com títulos públicos federais, no montante de R$ 126,8 bilhões no período, seguidas pelas operações do setor externo, no valor de R$ 110,0 bilhões, entre outras de menor expressão. Pelo lado da redução da base, estão os volumes de depósitos de instituições financeiras, no valor de R$ 157,3 bilhões e as operações do Tesouro Nacional, equivalentes a R$ 52,3 bilhões.

A análise dessa evolução mostra um fato marcante do período: a total atipicidade dos condicionantes da base monetária. Talvez por se tratar de ano eleitoral, o setor externo foi o único a mostrar variações normais. O alto ingresso de divisas, trocadas por moeda nacional, vão alimentar a alta da liquidez. Mas intriga que, no intervalo em análise, o banco central não haja usado, no global, a venda de títulos públicos federais para enxugar esse expressivo volume de dinheiro externo (R$110 bi). Ao contrário, as operações com títulos públicos federais inflaram ainda mais a base, onde algumas operações conspiram contra a lógica do sistema, a exemplo da compra, no mercado secundário, de R$ 119,7 bilhões de títulos públicos federais em apenas um único mês (dezembro/10), responsável por cerca de 95% do total dos doze meses dessas operações.  Fica-se também perplexo com  o registro de três depósitos de instituições financeiras, no montante de R$ 157,3, também fora dos padrões normais dessa conta, mas cuja ausência poderia permitir um verdadeiro tsunami de liquidez na economia brasileira, dado o alto giro da base, ao redor de 19 vezes anuais. 

Tantas atipicidades nos levam a questionar algumas dessas operações, indagando se não são meras artimanhas contábeis, feitas a título de window-dressing, apenas para encobrir o excesso de liquidez na economia brasileira e permitir, dadas as convicções desenvolvimentistas do Ministro Mantega, um maior “crescimento” econômico. Tudo é possível! Mas a hipótese é branda, ainda que perversa economicamente, em relação à má gestão monetária global e ao mau gerenciamento dos juros no período. Afinal, as altas taxas de juros no Brasil são mantidas para facilitar o enxugamento monetário, através da venda dos títulos públicos federais, e permitir controlar, com isso, a inflação. Mas, paradoxalmente, o período foi de compra líquida desses títulos, configurando-se numa situação em que foram mantidas altas taxas de juros, não para vender, mas para comprar títulos públicos federais. As operações não apenas inflaram ainda mais a liquidez do mercado, como as despesas com a conta de juros, podendo alcançar algo em torno de R$ 190 bilhões anuais, altíssima para os padrões pobres da nossa economia. 

A ênfase é a de que a gestão monetária pode ser feita de maneiras distintas, inclusive com a gestão direta da própria moeda. Os juros, por ser um fenômeno real, e por ser feito de maneira indireta, são os menos recomendáveis. Erra quem ignorar os simples mandamentos da teoria quantitativa da moeda que, em suma, afirmam: manter o crescimento monetário ao redor do crescimento do PIB. Os empregos do Ministro Mantega e do Presidente do banco central podem ser mantidos se eles seguirem esses mandamentos, pois não ocorrerá inflação!

 

* Economista 

 

 Conceito de Window Dressing

A expressão "Window Dressing" (em português, cosmética) é utilizada para designar uma prática adoptada pelos gestores de fundos de investimento com o objectivo de melhorar as suas carteiras de títulos em períodos de reporte financeiro (geralmente no fim de cada trimestre) aos detentores das unidades de participação. Para isso, os gestores efectuam alterações na carteira de título, vendendo as acções com má performance antes do fim do período e comprando acções com boa performance. Apesar do pouco efeito sobre a performance do fundo e do aumento dos custos de transacção, este tipo de operação permite melhorar a imagem do fundo junto dos accionistas, dos detentores das unidades de participação.

Fonte: http://www.knoow.net/cienceconempr/financas/windowdressing.htm

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