NAS ASAS DO VENTO
J.B.Xavier
Caem as areias do tempo,
Na ampulheta da vida,
Enquanto distante, sopra o vento
Formando sinuosas dunas
Nas paisagens agrestes de minhas desolações...
Vêm-me lembranças pueris,
Vão-se recordações,
Esfumam-se imagens queridas
E pela vidraça das muitas vidas que vivi,
Distancia-se um passado brilhante
Acenando um adeus inexorável...
No céu brincam nuvens,
Em imagens que enfeitavam sonhos infantis,
Brilhantes oceanos
Escorriam para o infinito
Enquanto no peito, um grito
Propunha-se conquistar universos...
E na ampulheta quase vazia,
Voam distantes, nas asas do vento
O pouco que fiz de verdadeiro: meus versos...
* * *
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