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Ensaios-->Um século de hipocrisia -- 02/12/2010 - 16:22 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Um século de hipcrisia

Rodrigo Constantino (*)

'É divertidíssima a esquizofrenia de nossos artistas e intelectuais de esquerda: que admiram o socialismo de Fidel Castro, mas adoram também três coisas que só o capitalismo sabe dar - bons cachês em moeda forte; ausência de censura e consumismo burguês. Trata-se de filhos de Marx numa transa adúltera com a Coca-Cola...' (Roberto Campos)

O arquiteto Oscar Niemeyer completou um século de vida sob grande reverência da mídia. Ele foi tratado como 'gênio' e um 'orgulho nacional', respeitado no mundo todo. Não vem ao caso julgar suas obras em si, em primeiro lugar porque não sou arquiteto e não seria capaz de fazer uma análise técnica e, em segundo lugar, porque isso é irrelevante para o que pretendo aqui tratar.
Entendo perfeitamente que podemos separar as obras do seu autor e julgá-lo independentemente. Alguém pode detestar a pessoa em si, mas respeitar seu trabalho. O problema é que vejo justamente uma grande confusão no caso de Oscar Niemeyer e de tantos outros 'artistas e intelectuais'. O que acaba sendo admirado, quando não idolatrado, é a própria pessoa e não propriamente suas realizações, no típico culto à personalidade da ideologia marxista.
E, como figura humana, não há nada de admirável num sujeito que defendeu o comunismo a vida inteira.

Oscar Niemeyer – sejamos bem francos – não passa de um hipócrita. Seus inúmeros trabalhos realizados para governos, principalmente o de JK, lhe renderam uma bela fortuna. O arquiteto mamou – e muito – nas tetas estatais, tornando-se um homem bem rico. No entanto, ele insiste em pregar, da boca para fora, o regime comunista, a 'igualdade' material entre todos. Não consta nas minhas informações que ele tenha em qualquer ocasião doado ou distribuído pelo menos parte de sua fortuna aos pobres.

Enquanto isso, o capitalista 'egoísta' Bill Gates já doou vários bilhões de dólares à caridade. Além disso, a 'igualdade' pregada por Niemeyer é aquela existente em Cuba, cuja ditadura cruel o arquiteto até hoje defende. Ou seja, a igualdade da miséria e da falta de liberdade individual do povo cubano, deixando de fora dessas “benesses” – é claro – o ‘politburo’ do Partido Comunista Cubano.

Gostaria de entender como alguém que defende Fidel Castro e seu facínora sanguinário coadjuvante, o argentino ‘che’ Guevara, os maiores genocidas da América Latina, pode ser uma figura respeitável como ser humano.
São coisas completamente contraditórias e impossíveis de se conciliar. Mostre-me alguém que admira Fidel Castro e Guevara e eu lhe garanto se tratar ou de um perfeito idiota ou de um grande safado e sem escrúpulos. E considerando que a ignorância é cada vez menos possível como desculpa para defender algo tão nefasto como o regime cubano, resta apenas a opção da falta de caráter, mesmo. Ainda mais no caso de alguém como Oscar Niemeyer.

Na prática, Niemeyer é um capitalista, não um comunista. Mas um capitalista da pior espécie: o que usa a retórica socialista para enganar os otários e construiu sua fortuna com o dinheiro do erário, ou seja, um ‘capitalista estatal’.
Sua festa do centenário ocorreu em São Conrado, bairro de luxo no Rio, para apenas 400 convidados. Bem ao lado, vivem os milhares de favelados da Rocinha. Artistas de esquerda são assim mesmo: adoram os pobres, de preferência bem longe de si.

Outro aclamado artista socialista é Chico Buarque, mais um que admira Cuba bem de longe, do luxo de sua mansão. E cobra caro em seus shows, mantendo os pobres bem afastados de seus eventos.

A definição de ‘socialista’ feita por Roberto Campos nos remete diretamente a estes artistas: 'No meu dicionário, `socialista` é o cara que alardeia intenções e dispensa resultados, adora ser generoso com o dinheiro alheio, e prega igualdade social, mas se considera ‘mais igual’ que os outros'.

As pessoas que realmente são admiráveis, como tantos empresários que criam riqueza através de inovações que beneficiam as massas, acabam como vítimas da inveja esquerdista. O sujeito que ficou rico porque montou um negócio, gerou empregos e criou valores para o mercado, reconhecido através de trocas voluntárias, é tachado de 'egoísta', de 'insensível', ou mesmo de 'explorador' por aqueles picados pela vespa marxista.

Mas quando o ricaço é algum hipócrita que prega aos quatro ventos as 'maravilhas' do socialismo, vivendo no maior luxo – que apenas o capitalismo pode propiciar – então ele é ovacionado por uma legião de perfeitos idiotas, de preferência se boa parte de sua fortuna for fruto de suas relações simbióticas com o governo.

Em resumo, os esquerdistas costumam invejar aquele que deveria ser admirado, e admirar aquele que deveria ser execrado. É muita inversão de valores! E para tornar tal inversão um padrão de pensamento e convicção ideologia, é necessária muita doutrinação e lavagem cerebral.
Recentemente, mais três cubanos fugiram da ilha-presídio de Fidel Castro. Eles eram artistas, como o cantor Chico Buarque, por exemplo. Aproveitaram a oportunidade de virem ao nosso país como boxeadores e abandonaram o 'paraíso' comunista, que faz até o Brasil parecer um lugar decente.

Eu gostaria de aproveitar a ocasião para fazer uma proposta: trocar esses três 'fugitivos' que buscam a liberdade por Oscar Niemeyer, Chico Buarque e Luiz Fernando Veríssimo, três adorados artistas brasileiros, defensores do modelo cubano.

Claro que não seria uma troca compulsória, pois estas coisas autoritárias eu deixo para os comunistas, que abominam a liberdade individual. A proposta é uma sugestão, na verdade.

Acho que esses três comunistas mostrariam ao mundo que colocam suas ações onde estão suas palavras, provando que realmente admiram Cuba. Veríssimo recentemente chegou a escrever um artigo defendendo Zapata e Che Guevara. Não seria maravilhoso ele demonstrar a todos como de fato adora o resultado dos ideais dessas ‘pitorescas’ figuras?

Enfim, Niemeyer completa cem anos de vida. Um centenário defendendo atrocidades, com incrível incapacidade de mudar as crenças diante dos fatos.

O que alguém como Niemeyer tem para ser admirado como pessoa, como ser humano? Os 'heróis' dos brasileiros me dão calafrios!

Eu só lamento, nessas horas, não acreditar em inferno. Creio que nada seria mais justo para um Niemeyer, quando batesse as botas, do que ter de viver eternamente num lugar infernal como Cuba, a visão perfeita de um inferno, muito mais que a de Dante. E claro, sem ser amigo do diabo, pois uma coisa é viver em Cuba fazendo parte da ‘nomenklatura’ de Fidel, com direito a casas luxuosas e Mercedes na garagem e, outra, completamente diferente, é ser um pobre coitado qualquer por lá.

Acredito que esse seria um castigo merecido para esse defensor de Cuba, que completa um século de hipocrisia sendo idolatrado pelos idiotas que pululam em sua terra natal.

(*) Rodrigo Constantino é formado em Economia pela PUC-RJ, e tem MBA de Finanças pelo IBMEC. Trabalha no setor financeiro desde 1997. É autor de cinco livros: 'Prisioneiros da Liberdade', 'Estrela Cadente: As Contradições e Trapalhadas do PT', 'Egoísmo Racional: O Individualismo de Ayn Rand', 'Uma Luz na Escuridão', e 'Economia do Indivíduo: O Legado da Escola Austríaca'. Escreve artigos para diversos websites, assim como para a revista Voto, e para o caderno ‘Eu & Investimentos’ do jornal Valor Econômico. É colunista do jornal O Globo. É membro-fundador do Instituto Millenium, diretor do Instituto Liberal, membro do Conselho Consultivo do Instituto Federalista e membro do Conselho de Administração do Instituto Mises - Brasil. Foi o vencedor do Prêmio Libertas em 2009, no XXII Fórum da Liberdade.


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