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Poesias-->Ensandecer -- 06/03/2003 - 18:36 ( Alberto Amoêdo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Não há como dormir a cabeça.

Se não é o barulho, é o descompasso das horas.;

É o olhar ao redor da casa.

Os filhos sem comida e sem educação.

É a janela aberta.

O mundo la´fora.

O povo que não dorme e a miséria que devora.

Não há como não existir.

Se amanheço na obra, fico sem fazer a lição. Não há extra, não há extra.

É o trânsito ligeiro. É a chuva a qualquer instante. São pessoas distantes, e o tanto que se fez pra morrer.
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