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Poesias-->13. O BEM QUE NÃO MACHUCA -- 05/03/2003 - 10:25 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Intriga-se o escrevente com a rima

Que deixa a trova toda um tanto esquálida,

Mas aceita tornar melhor o clima,

Que a tragédia conserva a cor bem pálida,

Ao alegrar o tema que sublima,

Fazendo da poesia peça válida,

Pedindo, com amor, para Jesus,

Que traga paz, verdade, força e luz.



Vetusta lei impede que se diga

O nome do Senhor a toda a hora.

O “força-e-luz” não há de causar briga,

Se se entender que amor aqui vigora,

Que o nome de Jesus ainda intriga

Junto de Deus, que é pai, a quem se adora.

Mas o respeito sempre prevalece,

Ao se rezar, contrito, a melhor prece.



A brincadeira tem os seus limites:

Tu deves bem saber quais eles sejam.

Para a fuzarca, se te dão convites,

Hás de querer que os bons jamais te vejam.

Mas, cá no etéreo, mesmo que te irrites,

As notícias do mal sempre sobejam,

De modo que o que fazes escondido

Se coloca na tela, com sentido.



— “Pretendem-me deixar impressionado,

Com essa idéia de que tudo sabem.

E se estiver na mente o mal fechado?...”

Aí são outros temas que te cabem,

Porque não se acredita ser de agrado

Que o mal os sonhos faça que desabem,

Já que a ninguém é dado perverter

O que se tem na lei como dever.



A quem aspira a glória na matéria

(São tantos que não sei fazer a conta),

As restrições da lei são coisa séria

E o dedo em riste a quem relembra aponta,

Considerando a trova pobre léria

De uma cabeça perturbada, tonta,

Dizendo que é o escrevente quem inventa,

Que é como sua vida se sustenta.



O bom amigo tem graves motivos

Para desrespeitar a nossa trova:

É que os poetas mortos criativos

Não transferem do Além nenhuma prova

De que aqui continuam muito vivos,

E o que vem versejar tão-só desova

Uma poesia reles, mui chinfrim,

A que qualquer daria melhor fim.



Porém, o meu lamento se compensa

Por uma aceitação selecionada.

Não quer dizer que a gente sempre vença,

Pois agradar o bom não vale nada.

O certo é estimular que a nossa crença

Faça o mau refletir: — “Isso me agrada!

Vou ver se existe aí qualquer verdade...”

E um toque deste amor o persuade.



São tantos os mistérios dessa mente

Que os argumentos ficam dispersivos.

O único que lembro suficiente,

Para cobrir os seres todos vivos,

É confirmar a morte plenamente,

Sem recompensas para os que, cativos,

Deixaram seus irmãos a ver navios,

Apenas p’ra vencerem desafios.



Pois humildade é bem que não machuca:

É das virtudes a melhor formada.

Quando a vaidade oprime, funde a cuca

Daquele que não quer perder um nada.

A alma do egoísta vem maluca,

Pois elogios aqui não arrecada,

Que o nosso orgulho é simples expressão

Do amor que nos sustenta o coração.



Não arrelie, pois, nosso escrevente,

Que tudo faz à sua revelia

E que nos diz à mesa só: — “Presente!” —,

P’ra nós a mais suave melodia,

Porque como escrever o que se sente,

Se esse encarnado apenas desconfia?

Vamos rogar ao Pai a doce bênção

Aos que, nesta Doutrina, agora pensam.



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